Na China, o WeChat funciona para tudo. Conversar, pagar contas ou agendar uma consulta médica. É o aplicativo canivete suíço da Ásia. Contudo, no Brasil ele é usado com uma finalidade extra. Um classificado para quem procura parceiros sexuais, na maioria das vezes utilizado por homens. Uma função singular que talvez a gigante tecnológica Tencent, criadora da rede social, não tenha imaginado em seu desenvolvimento.
No app, ao entrar na aba descobrir e escolher a opção “olhar ao redor”, irão surgir os perfis que estiverem na mesma região em que o usuário se localiza. Nessa seção é possível optar por, além de uma foto, uma frase para o status. É aí que o WeChat ganha a finalidade inusitada. Os usuários escrevem nesse espaço, em meio aos convites de bate-papos comuns, propostas de sexo casual, trocas de fotos de nudez e ofertas de serviços dessa linha.
Nos termos de uso do aplicativo consta como proibida atividade que “seja pornográfica, sexualmente explícita, violenta ou de outra forma de natureza adulta (…)”. Regra que não parece ter qualquer consequência quando não cumprida, pelo fato de que grande parte dos usuários que estão ali tenham tanto a foto quanto a frase no status do perfil explicitamente de cunho sexual.
Como a sede da empresa fica na China, é provável que não exista uma preocupação com a forma com a qual o app é utilizado fora de lá. Considerando o perfil conservador do país asiático, que, além de reprimir a diversidade sexual, proíbe união entre pessoas do mesmo sexo, esse tipo de prática certamente é censurada ou acontece de forma mais discreta por lá, em comparação com o caso brasileiro.