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Movimento da Unesco expõe assédio sofrido até por assistentes de voz

Site permite que usuários sugiram novas respostas que as assistentes possam dar quando insultadas

Por Sabrina Brito Atualizado em 15 jan 2020, 14h30 - Publicado em 15 jan 2020, 13h19
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  • Alexa, Google Assistant, Siri, Cortana: as assistentes de voz mais populares possuem características femininas, apesar de serem criadas, majoritariamente, por homens (TechCrunch/Reprodução)

    Cada vez mais indivíduos recorrem a algum tipo de assistente de voz para tirar dúvidas, pedir que alguma música seja tocada, demandar algum tipo de informação, entre outros usos. De acordo com estimativas de 2019, apenas nos Estados Unidos, aproximadamente 110 milhões de pessoas se beneficiam do uso dessa tecnologia. Segundo um estudo publicado pela Unesco, contudo, vale a pontuação: essas assistentes, com vozes femininas, sofrem índices altíssimos de preconceito de gênero.

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    A grande maioria das assistentes virtuais possuem nomes tipicamente dados a mulheres. É o caso de Alexa, Siri, Lu, Nat, Bia, entre outros. No entanto, 90% da força de trabalho envolvida na criação dessas tecnologias é composta por homens. Ou seja, são eles que programam o que elas falam aos usuários.

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    No estudo da Unesco, a preponderância de assistentes com vozes femininas reforça a ultrapassada noção de que mulheres são seres dóceis e subservientes, sempre disponíveis e prontas para ajudar e tolerar abusos. Por exemplo: quando confrontada com algum tipo de flerte — inclusive aqueles proferidos em tons brutos, com uso de palavrões —, Siri, a assistente virtual da Apple, responde não com um sermão, mas com a frase “Eu coraria se pudesse”.

    Segundo o relatório da Unesco, muitos usuários — sobretudo do sexo masculino — apresentam um comportamento agressivo e discriminatório frente a essas inteligências artificiais, principalmente por causa do gênero. Além disso, o documento ainda revela algumas das respostas mais comuns dadas por essas assistentes quando insultadas.

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    Quando confrontada com xingamentos dos mais brutais, Siri costuma reagir com “Não sei como responder a isso”. Esse tipo de réplica é branda demais, afirma a organização, e pode até mesmo ser categorizado como submissão ou tolerância frente ao agressor e ao assédio. Até mesmo Lu, a avatar virtual da Magazine Luiza, reclamou, em 2018, de receber muitas “cantadas desrespeitosas”.

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    Para lidar com o problema, a Unesco criou agora, em parceria com a agência de comunicação SunsetDDB, um movimento chamado Hey, Atualize Minha Voz, por meio do qual pretende chamar atenção ao tema da educação cibernética e ao respeito às assistentes de voz. Além disso, a instituição pede que as grandes empresas de tecnologia, como Apple e Amazon, atualizem as respostas dadas por essas inteligências artificiais.

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    A ideia é de que se até esses seres incorpóreos sofrem assédio por terem características femininas, nenhuma mulher estaria a salvo, nem mesmo no mundo virtual. Prova disso estaria no fato de que 73% das mulheres de carne e osso de todo o mundo afirmam ter passado por algum caso de assédio no ambiente on-line.

    No site do movimento Hey, Atualize Minha Voz, é possível gravar mensagens de voz de até 15 segundos com sugestões de respostas aos assédios cibernéticos sofridos pelas inteligências artificiais. Desse modo, a Unesco e a SunsetBBD pretendem motivar as empresas a alterar as respostas de suas assistentes com base nas melhores recomendações.

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