Desde que a Embraer surgiu, como estatal, em 1964, havia um plano no ar: desenvolver aeronaves pequenas e baratas. Trinta anos depois, veio a privatização, e a empresa ganhou outro fôlego. Em 1995, saía do forno o ERJ-145 (sigla para Embraer Regional Jet), com capacidade de 50 assentos e com uma autonomia de mil quilômetros a mais que o consagrado CRJ (sigla para Canadian Regional Jet), da Bombardier. Esse foi o primeiro lançamento arrebatador do mercado. Nos últimos 12 meses, o jato Embraer Phenom 300, que acomoda até nove pessoas, superou o queridinho dos milionários americanos, o Cessna Citation Excel: fez 1400 pousos e decolagens a mais nos aeroportos dos EUA.
Essa é uma grande mudança. De acordo com a Administração Federal de Aviação dos EUA, o Excel foi o jatinho mais operado no país nos últimos 15 anos. A popularidade do Phenom se explica, mais uma vez, pelo excelente desempenho. Ele queima menos combustível, custa um terço menos e oferece mais velocidade e autonomia. “Já era esperado um resultado como esse. O projeto do Phenom 300 foi elaborado para competir e vencer nessa categoria”, diz Flavio Pires, CEO da ABAG (Associação Brasileira de Aviação Geral). “Projeto bom, com boa procedência, preço e bom suporte, são a chave para o sucesso em qualquer segmento.”
Entre junho de 2022 e junho de 2023, a frota de jatos expandiu-se em 7%. O número de helicópteros a turbina aumentou no mesmo índice, impulsionado pela retomada da operação offshore. O setor vive um momento de fortalecimento e diversificação.