Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

FaceApp volta a viralizar em 2020 e reacende preocupação com a privacidade

Com o atrativo lúdico de modificar a aparência dos usuários, o aplicativo russo consegue ter sua política de privacidade com termos nebulosos ignorada

Por André Lopes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 jun 2020, 18h04 - Publicado em 15 jun 2020, 15h17
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Brincar no FaceApp é muito simples: basta tirar uma selfie e envia-la para receber, em seguida, a imagem de si mesmo com uma simulação de como seria caso tivesse outra identidade gênero, envelhecido pelos anos, ou com um novo visual por meio das dezenas de modificações que a Inteligência Artificial (IA) contida no aplicativo consegue providenciar. O viral que retornou na última semana, em julho de 2019 já havia experimentado o mesmo sucesso, e de novo, milhares de pessoas, incluindo celebridades, passaram a compartilhar as suas “versões alternativas” nas redes sociais.

    Publicidade

    O aplicativo é grátis para celulares Android e iPhone (iOS), e foi desenvolvido pela empresa russa Wireless Lab que é, mais uma vez, alvo da discussão sobre suposto roubo de dados. Por isso, é importante tomar conhecimento sobre a Política de Privacidade e os Termos de Uso do FaceApp antes de baixá-lo na App Store ou na Google Play Store.

    Publicidade

    De acordo com o analista sênior de segurança da Kaspersky, Fabio Assolini, o app não possui nenhum item malicioso. No entanto, pelo fato da tecnologia de reconhecimento facial que permite as edições na face ser uma ferramenta usada principalmente para a autenticação de senhas, o usuário deve ter bastante cuidado ao compartilhar sua imagem com terceiros. “Temos que entender essas novas maneiras de autenticação como senhas, já que qualquer sistema de reconhecimento facial disponível a todos pode acabar sendo usado tanto para o bem quanto para o mal”, alerta o especialista da Kaspersky.

    ASSINE VEJA

    Os desafios dos estados que começam a flexibilizar a quarentena O início da reabertura em grandes cidades brasileiras, os embates dentro do Centrão e a corrida pela vacina contra o coronavírus. Leia nesta edição. ()
    Clique e Assine

    Segundo Assolini, por utilizar Inteligência Artificial para fazer as modificações a partir do reconhecimento facial, a empresa dona do app pode vender essas fotos para empresas desse tipo. “Além disso, é preciso ter consciência que esses dados estão armazenados em servidores de terceiros, e que também podem ser roubados por cibercriminosos e utilizados para a falsificação de identidades”, acrescenta.

    Publicidade

    Por isso, o analista recomenda que, caso queiram entrar na brincadeira, os usuários precisam ficar atentos sobre a segurança do app e baixá-lo apenas de lojas oficiais. Ele também reitera a importância da leitura dos termos de privacidade de todos os apps para entender quais informações são solicitadas. “Mais de 60% dos brasileiros não leem esses termos e esquecem de pensar sobre como seus dados podem ser utilizados”, conclui Assolini.

    Em 2019, quando o FaceApp estava no centro dos debates sobre privacidade, o senador democrata americano Chuck Schumer solicitou ao FBI que fosse investigado qual era o uso dado às imagens quando elas chegavam aos servidores da Wireless Lab. No mesmo período, no Brasil, o Procon pediu aos russos explicações sobre o que era feito com os dados de quem baixava o programa. Recebeu como resposta os termos que deveriam ser aceitos por quem queria instalar o app: “Os usuários disponibilizam o uso perpétuo, irrevogável, irrestrito e livre de royalties de todos os dados, que podem ser reproduzidos, modificados e distribuídos a outras empresas sem necessidade de permissão”.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Foi com esse documento em mãos que, em 30 de agosto, o Procon-SP decidiu emitir duas multas, no valor total de 17,7 milhões de reais, destinadas não à desenvolvedora do app, a Wireless Lab, e sim ao Google e à Apple, responsáveis por oferecer, em suas lojas, o download do FaceApp. O motivo é que o programa em questão está em desacordo com a legislação brasileira, pois não apresenta seus termos de uso e privacidade em português — só em inglês — e coleta dados sem dar explicações claras sobre o modo como pretende utilizá-los. Isso fere o Código de Defesa do Consumidor e o Marco Civil da Internet.

    Depois das polêmicas, os termos do app se tornaram mais específicos e deixam claro que o FaceApp coleta e usa informações dos usuários. Sobre as fotos, o FaceApp declara que coleta apenas a imagem que o usuário escolheu modificar e que aplica criptografia, com chave armazenada no dispositivo, similar ao que ocorre nas conversas do WhatsApp. Também, existe agora a possibilidade de exclusão de informações, na área de suporte do aplicativo. Os dados das imagens e as fotografias enviadas são excluídas automaticamente entre 24h e 48h depois da última edição.

    Publicidade

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.