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Estúdio brasileiro cria game inspirado em ‘The Boys’ para realidade virtual

Em desenvolvimento há dois anos, o jogo que tem personagem de ascendência brasileira será lançado no primeiro semestre do ano que vem

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 dez 2025, 09h21 • Atualizado em 9 dez 2025, 10h04
  • O universo satírico, violento e politicamente incorreto de The Boys está prestes a ganhar uma nova dimensão, e o passaporte para esse mundo está sendo carimbado no Brasil. A ARVORE, estúdio nacional vencedor do Emmy, prepara-se para lançar The Boys: Trigger Warning em março de 2026, título que marca a estreia oficial da franquia nos jogos dedicados exclusivamente à realidade virtual (VR).

    O que poderia ser apenas mais um licenciamento de marca se transformou em uma coprodução internacional de peso. Desenvolvido para Meta Quest 3 e PlayStation VR2, o jogo é fruto de uma colaboração direta entre a equipe brasileira, a Sony Pictures Virtual Reality e os próprios roteiristas da série da Amazon Prime Video.

    Para entender como uma desenvolvedora brasileira assumiu as rédeas de uma das propriedades intelectuais mais valiosas do entretenimento atual, conversamos com Ricardo Justus, CEO da ARVORE e filho do empresário Roberto Justus, e Ricardo Laganaro, CCO e diretor do projeto.

    IMERSÃO - Jogador assume o papel de Lucas Costa: funcionário de TI da Vought de ascendência brasileira -
    IMERSÃO – Jogador assume o papel de Lucas Costa: funcionário de TI da Vought de ascendência brasileira – (ARVORE/Divulgação)

    A fantasia do poder

    Curiosamente, o projeto não nasceu como um jogo de The Boys. Há cerca de três anos, a ARVORE explorava internamente protótipos de mecânicas de super-heróis, focando na sensação tátil que apenas a realidade virtual proporciona. “A realidade virtual te transporta para dentro do mundo. Então essa coisa do ‘power fantasy’ é muito incrível, você sente que você tem os poderes na sua mão”, explica a VEJA Ricardo Justus.

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    Ao perceberem que tinham em mãos mecânicas sólidas — como telecinese gestual e visão de raio laser controlada pelo movimento da cabeça — e o desejo de contar uma história com humor ácido, a conexão com The Boys foi inevitável. Aproveitando um relacionamento prévio com a Sony Pictures, detentora da propriedade, o estúdio fez o pitch. O processo, contudo, não foi simples: foram nove meses de negociações para garantir a aprovação de todos os stakeholders, incluindo o criador da série, Eric Kripke.

    “Nós queríamos criar o tipo mais raro de adaptação para um jogo: um trabalho desenvolvido lado a lado com as pessoas que, de fato, criaram e definiram o universo da série”, destaca Justus.

    Uma trama canônica

    A narrativa de Trigger Warning situa-se paralelamente à quarta temporada da série. O jogador assume o papel de Lucas Costa, um funcionário de TI da Vought de ascendência brasileira. Viúvo e tentando se reconectar com as duas filhas, Lucas as leva à VoughtLand (a “Disney” da corporação), onde acaba testemunhando segredos perturbadores envolvendo os “Armstrongs”, uma família de super-heróis fabricada pela Vought.

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    O desenrolar dos eventos é trágico e sangrento, culminando em uma aliança improvável com Billy Butcher e sua equipe. Para salvar a vida de Lucas após um ataque fatal, Butcher injeta nele o Composto V. “O Butcher toma uma atitude intempestiva para tentar te salvar. Quando acorda, você tem superpoderes”, revela Ricardo Laganaro.

    Trigger Warning: promessa de traduzir o caos, a furtividade e a violência exagerada da TV para as mãos dos jogadores -
    NO PERSONAGEM – Trigger Warning: promessa de traduzir o caos, a furtividade e a violência exagerada da TV para as mãos dos jogadores – (Arvore/Divulgação)

    A validação da história foi minuciosa. Segundo Laganaro, a equipe tinha reuniões semanais com os roteiristas da série, que chegaram a escrever diálogos para o jogo, garantindo a fidelidade do tom. Essa proximidade permitiu a participação dos atores originais dublando seus personagens, incluindo Laz Alonso (Mother’s Milk), Colby Minifie (Ashley Barrett) e até Jensen Ackles, que retorna como uma versão distorcida (“twisted”) e alucinógena do Soldier Boy.

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    “Vimos uma oportunidade rara de aplicar tudo o que aprendemos sobre narrativa imersiva para que os jogadores mergulhassem nesse universo rico e vivessem situações que eles só tinham assistido na série”, afirma Laganaro. Ele ressalta que momentos como fugir do Homelander ou espionar a Vought ganham outra dimensão em primeira pessoa: “Trabalhamos intensamente para garantir que cada segundo dessa experiência parecesse real”.

    O toque brasileiro

    O desenvolvimento de Trigger Warning consolida a ARVORE, hoje com 115 funcionários, como uma referência global em XR (experiências imersivas). A empresa, que já possui um Primetime Emmy e um Leão de Veneza no currículo, vê no projeto uma afirmação da capacidade técnica nacional.

    “A gente tem uma filosofia aqui na ARVORE que é: só fazemos coisas pelas quais somos apaixonados”, diz Justus, contrastando a abordagem passional do estúdio brasileiro com o estilo muitas vezes transacional de estúdios estrangeiros. Essa paixão foi decisiva para convencer os executivos de Hollywood a confiarem sua IP ao time brasileiro.

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    O jogo promete traduzir o caos, a furtividade e a violência exagerada da TV para as mãos dos jogadores. Com o lançamento previsto para o primeiro semestre de 2026, a expectativa é alta não apenas para os fãs, mas para a indústria de games do Brasil. Como resume Rodrigo Terra, CTE da ARVORE: “Trigger Warning reforça a capacidade do Brasil de liderar produções globais em XR”.

    Para os jogadores que aguardam ansiosamente para explodir cabeças virtuais com lasers oculares, o recado de Justus sobre o futuro da tecnologia é otimista: “É transformador… Uma vez que você joga um shooter em realidade virtual, todos os shooters de videogame normal perdem a graça”.

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