Como se proteger de aplicativos que exageram na coleta de dados pessoais
O FaceApp, que bombou na última semana, acendeu o alerta para empresas que se valem de termos imprecisos para avançar sobre a privacidade dos usuários
Viralizou mais uma vez na última semana: o aplicativo FaceApp, que permite fazer uma simulação de como seria caso alguém tivesse outra identidade gênero, envelhecido pelos anos, ou com um novo visual por meio das dezenas de modificações que a Inteligência Artificial (IA) contida no programa consegue providenciar, trouxe junto da moda novas preocupações sobre o que a empresa russa que detém o serviço está fazendo com os dados que coleta dos usuários. A princípio, o temor se da pelo fato da tecnologia de reconhecimento facial que permite as edições na face ser uma ferramenta usada principalmente para a autenticação de senhas, e ser, sem dúvidas, um registro biométrico essencial. Reportagem de Veja listou abaixo dicas para ficar longe de aplicativos similares que, por de trás de intenções lúdicas, conseguem enganar o usuário para avançar sobre seus dados privados:
1. Permissões de acesso
Trata-se de uma das formas mais comuns para se ter os dados de um celular cedidos para terceiros. Ao instalar um aplicativo, uma lista de permissões necessárias para seu funcionamento é sugerida para aceitação do usuário. Tal lista funciona com uma porta que conecta o smartphone com os servidores das empresas e por onde estas conseguem criar um perfil virtual dos usuários. Aplicativos famosos que contam com milhões de usuários têm menos chances de estarem tentando passar uma autorização desnecessário. Por outro lado, imagine por exemplo um aplicativo de calculadora. Neste caso é claro que o app não vai precisar acessar itens como localização, fotos e contatos. Assim, a melhor coisa a se fazer é não habilitar as permissões e simplesmente desinstalar o app, procurando uma opção melhor na loja.
2. Rastreamento por navegador
Páginas acessadas utilizando navegadores mobile muitas vezes fazem uso de “Cookies” para guardar informações como localização, qual navegador está sendo utilizado, sistema operacional, entre outras. Normalmente, essas informações são utilizadas para gerar perfis de propagandas segmentadas. Acessando o que está sendo pesquisado a própria Google a partir do Chrome, por exemplo, pode se descobrir quais produtos são mais interessantes para quem acessa baseado em buscas recentes. Não há muito o que fazer em relação a isto, a maioria das páginas informará que utilizam cookies, e neste caso a melhor opção realmente é fechá-las caso se deseja manter o sigilo dos dados.
3. Provedores de celular
Provedores como Oi, Claro, Tim podem ter acesso a informações sobre sua localização e mais dados dependendo de como você utiliza seus serviços. Estas podem ser coletadas a partir do uso de dados do celular ou até mesmo considerando por qual se está conectado. Mas, enquanto o uso de dados e chip estiverem ativos, informações estarão sendo enviadas aos provedores. Esta é a forma mais difícil de se lidar sobre como o smartphone está avançando sobre a privacidade do cliente.
4. Localização de fotografias
Ao tirar uma foto os aparelhos guardam junto às imagens a localização atual baseada nos dados do GPS de onde ela foi tirada. O recuso pode ser útil para quem fez o registro, mas é importante destacar que qualquer aplicativo com acesso à galeria de fotos também pode obter estes dados. Esta configuração vem por padrão e é uma das formas como o sistema do smartphone permite uma violação grave de privacidade de forma oculta. No entanto, esta opção pode ser facilmente desabilitada, para isso basta seguir estes passos. No Android: acesse o aplicativo da câmera. Em seguida abra o menu clicando no botão com 3 pontos. Vá em configurações e desabilite a opção Salvar localização. No iOS: basta acessar as configurações do aparelho. Vá em Privacidade e depois Serviços de localização. Selecione então a câmera e marque para que nunca grave sua localização.