Como navegar na web sem ser bisbilhotado
Novos navegadores, e incrementos a versões populares, querem dar fim ao rastreamento indiscriminado de dados pessoais; confira algumas opções
Existe uma leva de empresas desenvolvendo navegadores alternativos, para concorrer com os populares Chrome, Safari e Firefox. O foco deles são os usuários que desejam maior controle sobre quais empresas conseguem acessar dados pessoais, além de outras informações que são deixadas ao circular pela web. Em resumo, pretendem expor menos a vida privada dos indivíduos conectados.
Abaixo, exemplos de browsers que colocam a privacidade do cliente no topo da lista de prioridades.
DuckDuckGo (Android, iOS, extensão de navegador)
A empresa começou com a proposta de ser uma alternativa ao buscador do Google, o Chrome, e passou a oferecer seu próprio browser para smartphones. A principal característica do DuckDuckGo é que ele impede o funcionamento de rastreadores do tipo dos que o Facebook usa para bisbilhotar usuários, mesmo quando eles estão fora da rede social. Para tanto, fornece uma nota para cada página visitada, com base na agressividade com que ela tenta extrair dados. E para limpar as guias e informações de navegação basta um único toque na tela. Além disso, é possível definir um cronômetro para que tudo desapareça de tempos em tempos. Também existem as extensões desse navegador para Chrome e Firefox, que fazem um trabalho muito semelhante ao feito no celular, mas no desktop. Assim, não é preciso abandonar seu navegador favorito para aproveitar os rígidos controles de privacidade do DuckDuckGo.
Ghostery (Android, iOS, extensão de navegador)
Como os aplicativos móveis do DuckDuckGo, o navegador Ghostery informa exatamente quais rastreadores estão bloqueados e quantas ferramentas de monitoramento cada site instalou nas suas páginas. É possível bloquear tudo ou liberar apenas os que forem considerados de confiança. O Ghostery também desenvolveu uma extensão que funciona em grande parte dos navegadores de desktop. Com ela é possível visualizar os rastreadores em cada site visitado e deixar que a Ghostery decida qual precisa ser bloqueado. Contudo, as ferramentas são um pouco mais detalhadas, e avançadas, em relação às oferecidas pelo DuckDuckGo. Portanto, existe maior controle sobre quais sites vão ter acesso aos dados de navegação, mas também é necessário que o usuário tenha maior empenho em dominar todas as ferramentas do Ghostery .
Brave (Android, iOS, Windows, MacOS)
Trata-se de um projeto executado por parte da equipe que desenvolveu o Firefox. Diferentemente dos outros navegadores citados, ele tenta unir a navegação na web privativa à veiculação de anúncios. É uma dicotomia que ainda não se encaixa totalmente. É possível bloquear rastreadores, scripts e leitores de impressão digital — nos quais os sites tentam identificar um dispositivo específico, como seu celular — individualmente, mas, diferentemente de como é com o DuckDuckGo e com o Ghostery, não há uma análise detalhada do que foi interrompido. O Brave também busca bloquear tentativas de phishing (tática usada por hackers para capturar dados pessoais).
Tor (Android, iOS, Windows, MacOS)
Criado em 2002, o Tor traz a privacidade como princípio desde sua criação. Dentre os navegadores, digamos assim, alternativos, é o mais famoso. Os usuários que navegam na rede do sistema têm dados criptografados, sendo que essas informações navegam por servidores anônimos ao redor do mundo, dificultando ao máximo o rastreamento. Sua utilização, contudo, requer alguns conhecimentos avançados de navegação e não é recomendada para iniciantes. No Android, é preciso ter o proxy Orbot previamente instalado no smartphone para que o Tor funcione. No iPhone, a rede Tor é oferecida pelo navegador Onion. Devido às medidas extras de criptografia e anonimato, o Tor Browser pode ser um pouco mais lento, para funcionar, do que outros navegadores. Só que, em termos de permanecer invisível na web, é o melhor que há no mercado. Além de representar uma das poucas formas de navegar online em países onde a internet está bloqueada ou censurada, totalmente ou parcialmente (como na China).