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A guerra da Ucrânia vista pelo TikTok

Como a rede social popular entre a geração Z está ajudando a mostrar a realidade do conflito e seu impacto na vida das pessoas

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 2 mar 2022, 07h00
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  • A programação normal do TikTok, composta principalmente por danças, vídeos de pets fofinhos e dicas fitness, foi radicalmente transformada desde a última semana, quando a Rússia decidiu invadir a Ucrânia. Muitos dos vídeos que têm viralizado na internet mostrando atos de bravura e o impacto do conflito na vida de pessoas comuns estão sendo publicados na rede social e espalhados pelo mundo. As notícias do front estão vindo de membros da geração Z com smartphones nas mãos.

    O próprio algoritmo do TikTok, que impulsiona vídeos que estão bombando até para quem não segue o autor da postagem está fazendo com que o conteúdo se dissemine de forma rápida, e com um alcance enorme. A plataforma conta hoje com 1 bilhão de usuários no mundo inteiro e celebridades e usuários comuns dividem os holofotes.

    A rede social se tornou tão influente para a propaganda de guerra que até o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um apelo aos “tiktokers”. Em um discurso à nação ucraniana, disse que eles poderiam ajudar a acabar com o conflito. Muitos levaram o pedido a sério e adotaram uma postura de levar conhecimento e informação ao público ocidental.

    Além das imagens em tempo real dos ataques e da destruição, muitos influenciadores e celebridades locais têm usado a plataforma para pedir ajuda humanitária e divulgar informações sobre acolhimento de refugiados. A população russa que não concorda com a invasão também está usando o TikTok para fazer duras críticas ao regime de Vladimir Putin e à invasão.

    Mas assim como acontece em outras redes sociais, os registros verdadeiros do conflito se misturam a notícias falsas, imagens de games de guerra e velhas gravações palestinas e israelenses. Em entrevista a Reuters, um porta-voz do TikTok afirmou que está trabalhando com agências de checagem para separar as postagens verdadeiras das falsas. “Continuamos monitorando de perto a situação para responder às tendências e remover conteúdo que viola as regras, incluindo desinformação prejudicial e promoção da violência”, afirmou.

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    Na segunda-feira, 27 de fevereiro, o Roskomnadzor, a agência reguladora de comunicações do governo da Putin, pediu ao TikTok suspender a recomendação de vídeos de temática militar a menores de idade, afirmando que o conteúdo era “anti-Rússia”. Antes, o mesmo órgão proibiu a imprensa local de usar expressões como “guerra” e “invasão”. De acordo com o Roskomnadzor, o correto seria “operação especial em Donbass”. Vale tudo na guerra da informação.

    Com informações da Reuters.

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