A dieta da água propicia emagrecimento rápido ao eliminar completamente os alimentos sólidos e permitir apenas a ingestão de três tipos de bebida: café, chá e água. A tendência se popularizou nas redes sociais, com milhares de pessoas usando a hashtag #waterfast (jejum da água, em tradução livre para o português) no Twitter para documentar seu progresso no regime e encorajar outras pessoas a integrarem a moda, segundo informações do Daily Mail.
Distúrbios alimentares e danos internos
Entretanto, especialistas ressaltam que essa poderia ser a “dieta mais perigosa já inventada” e que as pessoas estariam levando a tendência de ‘desintoxicação’ longe demais. Joanne Labiner, especialista em distúrbios alimentares, afirma que o regime poderia levar a problemas como a anorexia e recomendou que as pessoas não sigam a dieta, comum principalmente no final do ano, quando aumenta a procura por fórmulas mágicas para a perda de peso após o natal.
“Também pode ser muito prejudicial a diversos órgãos. É por isso que pessoas com anorexia podem morrer de infarto. Seu corpo se alimenta de seu coração. O corpo acredita que há uma emergência e para tentar prevenir a perda de gordura, começa a se alimentar de músculos”, explica Joanne ao Daily Mail.
No Twitter, enquanto alguns seguidores da dieta enaltecem supostos benefícios, como uma pele “maravilhosa”, o melhor sono da vida desde o início do regime, resultados incríveis, fim da acne nas costas, maior capacidade de foco e músculos abdominais visíveis, outros afirmam ter tido que parar a dieta por estarem fracos demais até para conseguirem sair da cama.
Riscos em longo prazo
Segundo recomendações do sistema de saúde britânico (NHS, na sigla em inglês), para um emagrecimento sustentável em longo prazo, não é recomendado perder mais de um quilo por semana. Para Jason Fung, especialista renal, regimes pregam um jejum de curto prazo podem até funcionar para algumas pessoas. A dieta da água, por exemplo, poderia ser útil para obesos ou pessoas com diabetes tipo 2, mas sempre mediante supervisão médica.
“Isso pode ser feito e as pessoas fazem isso. Mas precisa ser seguro. Na minha opinião, não é a coisa mais segura, mas se você for obeso, também não é a mais perigosa. No entanto, se você for relativamente esbelto, o risco é maior. Quanto mais prolongado o regime, maiores os riscos”, alerta o médico.