Um teste capaz de identificar variantes de 47 genes associados à predisposição de desenvolver câncer foi liberado para venda nos Estados Unidos pela Food and Drug Administratios (FDA), agência reguladora do país. Batizado de Painel de Cânceres Hereditários Comuns, da Invitae, o exame é capaz de indicar o risco para a doença a partir da análise do DNA em uma amostra de sangue e é o primeiro dessa natureza a ser liberado pela agência.
Segundo a FDA, o teste, aprovado na última sexta-feira, 29, também consegue detectar variantes hereditárias ligadas a tumores em pessoas já diagnosticadas com a doença. Entre os genes identificados pelo teste, estão: BRCA1 e BRCA2, mutações relacionadas à síndrome hereditária do câncer de mama e de ovário, genes associados à síndrome de Lynch (MLH1, MSH2, MSH6, PMS2 e EPCAM), o gene CDH1, presente em casos de câncer gástrico difuso hereditário.
A agência informou que a análise deve ser realizada após consulta com um profissional de saúde, onde será apresentado o histórico de episódios de câncer na família, pois a ferramenta ajudará a identificar causas hereditárias da doença. O médico também será fundamental para a interpretação dos resultados.
A aprovação da FDA considerou dados de mais de 9 mil amostras clínicas avaliadas, que registraram precisão igual ou superior a 99% para todas as variantes testadas.
“Este teste pode avaliar vários genes em um único teste usando sequenciamento de última geração, que se mostrou útil no fornecimento de informações sobre variantes genéticas com sensibilidade e velocidade”, explicou, em nota, Jeff Shuren, diretor do Centro de Dispositivos e Saúde Radiológica da FDA. “A ferramenta pode fornecer uma importante ferramenta de saúde pública que oferece aos indivíduos mais informações sobre a sua saúde, incluindo possível predisposição para certos tipos de câncer, o que pode ajudar a orientar os médicos a fornecer o monitoramento adequado e terapia potencial, com base nas variantes descobertas”, completa.
A agência alerta apenas que existe a possibilidade de resultados falso positivos e falso negativos, que podem interferir na tomada de decisão dos pacientes, hábitos de saúde e busca por tratamento adequado.