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Veja as doenças que aumentaram e diminuíram expectativa de vida desde 1990

Enfrentamento de doenças causadoras de mortes levaram a avanços, porém, a má gestão da pandemia prejudicou o progresso em muitos países

Por Ligia Moraes Atualizado em 15 abr 2024, 12h03 - Publicado em 15 abr 2024, 12h00

Desde 1990, a expectativa de vida global aumentou em média 6,2 anos, de acordo com um estudo publicado recentemente na revista científica The Lancet. O progresso foi impulsionado por reduções na mortalidade por condições como diarreia, infecções agudas das vias respiratórias inferiores, acidente vascular cerebral (AVC) e doença cardíaca isquêmica. No entanto, a análise mostra que, em alguns países, a má gestão da pandemia de Covid-19 em alguns países interrompeu esse fluxo positivo. 

O estudo também destaca como a Covid-19 alterou radicalmente as cinco principais causas de morte pela primeira vez em 30 anos (doença cardíaca isquêmica, AVC, doença pulmonar obstrutiva crônica, infecções agudas das vias respiratórias inferiores e distúrbios neonatais ). A doença causada pelo novo coronavírus deslocou um assassino de longa data — o AVC — para a segunda posição entre as principais causas de morte globalmente. A pesquisa apresenta estimativas atualizadas do Estudo Global da Carga de Doença de 2021, que mede a mortalidade por causa da morte e anos de vida perdidos. 

A expectativa de vida na América Latina 

Os autores constataram que as regiões onde a pandemia de Covid-19 atingiu mais drasticamente foram a América Latina, o Caribe e a África subsaariana pelo fato de terem perdido mais anos de expectativa de vida em 2021. Porém, ao documentar a enorme perda de vidas causada pela infecção pelo vírus, os pesquisadores também identificaram os motivos por trás das melhorias na expectativa de vida em cada região.

O estudo revela quedas acentuadas nas mortes por doenças entéricas — uma classe de doenças que inclui diarreia e febre tifoide. Esse avanço aumentou a expectativa de vida em todo o mundo em 1,1 anos entre 1990 e 2021.

Adicionalmente, reduções nas mortes por infeções agudas das vias respiratórias inferiores adicionaram 0,9 anos à expectativa de vida global durante este período. O progresso na prevenção de mortes por outras causas também impulsionou a expectativa de vida em todo o mundo, incluindo AVC, distúrbios neonatais, doença cardíaca isquêmica e câncer. Para cada doença, as reduções nas mortes foram mais pronunciadas entre 1990 e 2019.

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Avanços na Ásia e África subsaariana 

Apesar dos desafios apresentados pela Covid-19, os pesquisadores descobriram que a região que compreende o Sudeste Asiático, Leste Asiático e Oceania teve o maior ganho na expectativa de vida entre 1990 e 2021 (8,3 anos), em grande parte devido a reduções na mortalidade por doenças respiratórias crônicas, AVC, infecções agudas das vias respiratórias inferiores e câncer.

Além disso, a gestão eficiente da pandemia de Covid-19 pelos governantes dessa região ajudou a preservar esses ganhos. Já o Sul da Ásia teve o segundo maior aumento na expectativa de vida entre essas regiões entre 1990 e 2021 (7,8 anos), principalmente por causa de quedas acentuadas nas mortes por doenças diarreicas.

No recorte regional, a África subsaariana oriental teve o maior aumento na expectativa de vida, que saltou 10,7 anos entre 1990 e 2021. O controle de doenças diarreicas foi a principal força por trás das melhorias nesta região. O Leste Asiático, por sua vez, teve o segundo maior ganho na expectativa de vida. O sucesso da região em reduzir as mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica desempenhou um papel-chave.

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Necessidade de intervenção e prevenção

Os resultados do estudo destacam a importância de compreender as tendências de mortalidade e as concentrações geográficas das causas de morte para a elaboração de políticas de saúde pública mais eficazes e melhorar a expectativa de vida em todo o mundo.

Outra frente deve ser a concentração de esforços na prevenção e tratamento de doenças, bem como fortalecimento e expansão de programas de imunização e desenvolvimento de novas vacinas contra E. coli, norovírus e Shigella. 

Os cientistas defendem ainda que a comunidade global deve garantir que as ferramentas salvadoras de vidas que reduziram as mortes por doença cardíaca isquêmica, AVC e outras doenças não transmissíveis na maioria dos países de alta renda estejam disponíveis para as pessoas em todos os países, mesmo onde os recursos são limitados. 

Principais causas de morte global em 2021

  1. Doença cardíaca isquêmica
  2. Covid-19
  3. Acidente vascular cerebral (AVC)
  4. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)
  5. Complicações da Covid-19
  6. Distúrbios neonatais
  7. infeções agudas das vias respiratórias inferiores
  8. Doença de Alzheimer e outras demências
  9. Câncer de traqueia, brônquios e pulmão
  10. Diabetes mellitus

Principais causas de morte global em 2019

  1. Doença cardíaca isquêmica
  2. Acidente vascular cerebral (AVC)
  3.  Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)
  4. infeções agudas das vias respiratórias inferiores
  5. Distúrbios neonatais
  6. Doença de Alzheimer e outras demências
  7. Câncer de traqueia, brônquios e pulmão
  8. Diabetes mellitus
  9. Doença renal crônica
  10. Doenças diarreicas

Principais causas de morte global em 1990

  1. Doença cardíaca isquêmica
  2. Acidente vascular cerebral (AVC)
  3. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)
  4. Infecções agudas das vias respiratórias inferiores
  5. Doenças diarreicas
  6. Distúrbios neonatais
  7. Tuberculose
  8. Câncer de traqueia, brônquios e pulmão
  9. Doença de Alzheimer e outras demências
  10. Cirrose e outras doenças hepáticas crônicas
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