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Black das Blacks: VEJA com preço absurdo

Suco de laranja: pesquisa identifica os efeitos do consumo diário (e eles começam nos genes)

Estudo conduzido por pesquisadores da USP mostra que a bebida mais comum do café da manhã pode influenciar desde o metabolismo até a saúde cardiovascular

Por Victória Ribeiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 nov 2025, 13h05 - Publicado em 25 nov 2025, 13h00

Sabe aquele dia que você acorda empenhado a fazer um café da manhã caprichado? Ou, então, quando tem a chance de aproveitar aquele café da manhã de hotel? É quase garantido que, nos dois cenários, o suco de laranja vai estar ali. Mas, apesar de parecer só uma escolha gostosa para começar o dia, os efeitos dessa bebida podem ir muito além do que a gente imagina, especialmente quando o suco deixa de ser esporádico e vira hábito. É o que mostra uma pesquisa publicada no periódico Molecular Nutrition & Food Research, com participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP).

O estudo acompanhou 20 adultos por 60 dias, todos ingerindo 500 mL de suco de laranja espremido por dia. Nada de cápsula, extrato ou pó milagroso: era suco mesmo, espremido, rico em flavanonas como hesperidina e naringenina.

Depois desse período, as análises mostraram que o suco mexeu em várias camadas da maquinaria genética. No total, quase quatro mil componentes internos mudaram de comportamento – entre eles, cerca de 1.700 genes e outros elementos que regulam como o organismo funciona.

Os achados

Um dos achados mais evidentes foi a queda na atividade de genes ligados ao controle da pressão arterial, entre eles NAMPT, NLRP3, SGK1 e NR4A2, todos geralmente mais ativos em pessoas hipertensas. Alguns desses genes, quando estão “a todo vapor”, favorecem retenção de sódio, estresse oxidativo e inflamação. No estudo, porém, eles apareceram “desligados” após dois meses de suco diário — um cenário que pode ser relevante principalmente para quem está no grupo dos pré-hipertensos ou hipertensos leves. “A redução de SGK1, em especial, é importante, pois a deficiência desse gene tem sido associada à prevenção do aumento da pressão arterial”, destacam os autores.

O mesmo padrão apareceu no sistema inflamatório. Vias como NF-κB, IL-1, IL-6 e TNF, famosas por acenderem a faísca da inflamação crônica ligada a obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares, foram moduladas para baixo. Além disso, genes envolvidos na formação de gordura – geralmente aumentados na obesidade – também ficaram menos ativos.

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“Os resultados sugerem que o suco pode melhorar a regulação da pressão arterial, o metabolismo de gorduras e a inflamação, entre outros processos, ao modular a expressão de genes, contribuindo assim para benefícios cardiovasculares“, destacam os pesquisadores.

Grupos diferentes, respostas distintas

Mas talvez o aspecto mais curioso não esteja em quais genes mudaram, e sim em quem mudou. O suco não agiu igual para todo mundo. Quando os pesquisadores separaram os voluntários entre eutróficos (peso considerado adequado para a altura) e acima do peso, as respostas se mostraram distintas.

No grupo com sobrepeso ou obesidade, o organismo respondeu mexendo mais nas engrenagens do metabolismo, especialmente na forma como o corpo lida com gordura. Os sinais internos que regulam queima, armazenagem e uso de gordura foram os que mais mudaram.

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Já entre pessoas do outro grupo, o movimento foi outro. A maior parte das mudanças aconteceu em processos ligados à inflamação, aquele mecanismo que o corpo aciona para se defender, mas que, quando fica desregulado, vira problema. “Esses resultados mostram como o Índice de Massa Corporal (IMC) influencia a resposta ao consumo de suco de laranja e reforçam a importância de considerar essas diferenças em estudos de nutrição”, dizem os pesquisadores.

As limitações

Claro, os pesquisadores também apontam que esses achados precisam ser interpretados com cautela. Primeiro porque o estudo teve um número pequeno de participantes. Além disso, ele mostra o que mudou nos genes, mas não mede diretamente como essas mudanças se transformam em ação dentro do corpo. Ou seja, ainda faltam pesquisas que conectem esses pontos.

Por outro lado, vale lembrar que este não é o primeiro trabalho a apontar esse tipo de efeito. Em 2022, outra pesquisa – conduzida por Milenkovic e colegas – já tinha mostrado algo parecido: depois de um mês tomando a mesma quantidade de suco de laranja, mais de três mil genes tinham mudado de comportamento, muitos deles ligados à inflamação e ao metabolismo.

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No mesmo ano, outro grupo de pesquisadores encontrou mudanças em genes relacionados à pressão arterial e a vias inflamatórias depois de 12 semanas de consumo diário. Esses resultados anteriores ajudam a dar peso ao estudo atual e mostram que, além de simples e acessível, o suco de laranja vem acumulando evidências de que pode, sim, ser um grande aliado da saúde.

 

 

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