SP: Mortes por gripe suína quadruplicaram em 2013
Até o dia 18 de julho, o número de mortes causadas pelo vírus H1N1 no estado era de 327. No ano passado inteiro, foram registrados 73 óbitos
O número de mortes provocadas neste ano no estado de São Paulo pelo vírus H1N1, causador da gripe suína, mais que quadruplicou a mortalidade registrada em 2012. Até 18 de julho, foram 327 mortes – no ano passado 73 pessoas haviam morrido em decorrência da doença. Em 2011, foram apenas cinco mortes. Segundo o Ministério da Saúde, em todo o Brasil foram registrados 466 óbitos por gripe suína neste ano.
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GRIPE A H1N1
Conhecida também como gripe suína, trata-se de uma doença respiratória aguda transmitida de pessoa a pessoa por meio de tosse, espirro ou contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas. Os sintomas da gripe são febre alta repentina, maior que 38°C, e tosse, acompanhadas ou não de dores de cabeça, musculares, nas articulações ou dificuldade respiratória. Como forma de prevenção do contágio, o Ministério da Saúde recomenda não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal; lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente depois de tossir ou espirrar; e, ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço descartável.
De junho até o meio de julho, o número de mortes em São Paulo saltou de 259 para 327, enquanto os casos confirmados chegaram a 1 623. Segundo o infectologista David Uip, diretor do Instituto Emílio Ribas, vinculado à Secretaria da Saúde, esse número tende a aumentar porque estamos no inverno. “Ainda poderemos ter um pico de número de casos e mortes. Este é o pior momento, pois estamos em pleno inverno e a temperatura caiu muito. As pessoas ficam mais aglomeradas e em locais fechados, o que facilita a propagação do vírus”, diz Uip.
De acordo com o boletim do Centro de Vigilância Epidemiológica, os casos de gripe suína se concentram em 202 cidades e 42% das mortes aconteceram na Grande São Paulo – a capital, sozinha, registrou 72 óbitos pela doença, ou 22% dos casos.
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Segundo Uip, o número de mortes preocupa, mas não é possível dizer que existe um surto ou uma epidemia, pois isso depende do número total de casos por 100 000 – até agora, os números estão dentro da média.
Para o infectologista, uma das hipóteses para explicar o número de mortes é que as pessoas do grupo de risco (cardiopatas, obesos, grávidas e diabéticos) estão se vacinando menos, o que as deixa mais expostas ao vírus. Uip também diz que neste ano o H1N1 surpreendeu e começou a causar doenças a partir da 13ª semana do ano (março), enquanto o normal é iniciar em maio. “No início do ano as pessoas ainda não estavam vacinadas”, diz.
(Com Estadão Conteúdo)