Nesta terça-feira,12, o governo de São Paulo anunciou, pela primeira vez, os critérios que serão usados para medir a possibilidade de reabertura comercial após o fim da quarentena no estado, prorrogada até 31 de maio. Os processos incluem 14 dias seguidos de declínio de novos casos de Covid-19 e taxa de ocupação de UTIs em 60%. Para Dimas Covas, coordenador do Centro de Contingência de Coronavírus no Estado, a capacidade de atendimento do sistema de saúde é o principal critério para a decisão de reabertura. Esse também é o parâmetro central para a adoção de um possível lockdown no futuro.
Atualmente, a taxa de ocupação dos leitos de UTI no estado é de 69,1% e na Grande São Paulo, de 85,7%. De acordo com o secretário de estado da Saúde, José Henrique Germann, houve queda na ocupação dos leitos motivada pela abertura de novos leitos no sistema. A alta de pacientes internados foi apontada como outro fator pra o declínio. Ainda assim, 9.535 pacientes com confirmação ou suspeita de Covid-19 continuam internados em enfermarias ou UTIs em todo o estado.
ASSINE VEJA
Clique e AssineSão Paulo tem 47.711 casos e 3.949 óbitos confirmados pela doença. Foram 206 novas mortes nas últimas 24 horas, um aumento de 5% em relação ao dia anterior. Após chegar a 53% no último domingo, 10, a taxa de distanciamento social voltou a cair no estado de São Paulo. Na segunda-feira, 11, o índice foi de 49% na Grande São Paulo e 47,8% no estado.
LEIA TAMBÉM: Coronavírus: mais da metade dos brasileiros está em algum grupo de risco
Avanço no interior
O número de casos de infecção por coronavírus no interior do estado cresceu 99% nos últimos onze dias, saindo de 4.389 casos confirmados para 8.733. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, na última semana de abril, 40 cidades já tinham registrado casos da Covid-19. Na primeira semana de maio, esse número mais que dobrou: eram 85 municípios.
De acordo com o levantamento, todos os municípios do estado com mais de 70.000 habitantes já têm registros de Covid-19 e a epidemia começa a avançar para cidades menores. A previsão é até o final do mês o vírus esteja circulando em todas as cidades paulistas.
“A doença tem um crescimento exponencial e tem um dado que a gente às vezes observa pouco. Praticamente 80% dos municípios de São Paulo têm menos de 20.000 habitantes. E desses, 25% tem menos de 10.000 habitantes. E normalmente um município com menos de 10.000 habitantes não possui um leito hospitalar. E temos casos já em 25% desses municípios com menos de 10.000 habitantes. Isso é um dado extremamente preocupante”, disse Geraldo Reple, presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado.
Também houve um aumento no número de cidades que registraram mortes por Covid-19. Em 1º de abril, apenas 16 cidades tinham óbitos confirmados pela doença. Um mês depois, em 1º de maio, eram 151 cidades e na segunda-feira, 11, 177 municípios – o que corresponde a 64% do território – já haviam registrado mortes por infecção por coronavírus.
Vinholi voltou a ressaltar que o número de novos casos cresce de forma mais acelerada no interior do que na região metropolitana e diz que há “alta preocupação”. “É fundamental que a gente possa seguir com as medidas de isolamento social e também da utilização de máscaras”, completou o secretario de Desenvolvimento Regional.