O ministro da Saúde Eduardo Pazuello, disse nesta quinta-feira, 7, que todas as doses da CoronaVac disponíveis no Brasil irão fazer parte do plano nacional de vacinação. “Toda a produção do Butantan, e aí eu quero ressaltar, toda a produção do Butantan, todas as vacinas que estão no Butantan, serão, a partir desse momento, do contrato, serão incorporadas ao Plano Nacional de Imunização”, disse Pazuello.
Dessa forma, todas as doses “serão distribuídas de forma equitativa e proporcional, a todos os estados da mesma forma, como todas as vacinas da AstraZeneca”, ressaltou Pazuello. Na quarta-feira, 6, o governador de São Paulo, João Doria, havia confirmado o início da imunização contra a Covid-19 em São Paulo para o próximo dia 25 de janeiro.
De acordo com o ministro, nesta quinta-feira, 7, o governo federal assinou um contrato como Instituto Butantan para a compra de 100 milhões de doses da vacina, das quais 46 milhões serão entregues até abril e as outras 54 milhões, no decorrer do ano. O valor de cada dose, segundo Pazuello, é de cerca de 10 dólares. A imunização completa prevê a aplicação de duas doses por pessoa.
Pazuello afirmou ainda que a compra só foi efetuada agora porque até a publicação da medida provisória, que ocorreu na noite de quarta-feira, 6, não era possível realizar a compra de nenhuma vacina que ainda não estivesse aprovada pela Anvisa. A norma, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, permite a “contratação de vacinas e de insumos destinados à vacinação, antes do registro sanitário ou da autorização temporária de uso emergencial pela Anvisa”.
O anúncio da aquisição da vacina pelo Ministério da Saúde ocorre no mesmo dia em que o Instituto Butantan divulgou a eficácia da CoronaVac e apresentou os dados à Anvisa para início do pedido de uso emergencial. O resultado do estudo fase 3, feito com mais de 12.400 pessoas no Brasil, mostrou que o imunizante possui 78% de eficácia. No que diz respeito à prevenção de casos moderados e graves, a taxa é de 100%.
A CoronaVac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac é importada no Brasil pelo Instituto Butantan, ligado ao governo do estado de São Paulo. O Instituto também é responsável pela produção do imunizante no país, mediante acordo de transferência de tecnologia firmado com a Sinovac.
Negociação com outras empresas
Pazuello disse ainda que o governo segue em negociação com outras empresas, como a União Química, responsável pela produção da Sputnik V, vacina desenvolvida pela Rússia, no Brasil; Janssen, Moderna e Pfizer.
Início da vacinação no Brasil
Em relação à data de início da vacinação no Brasil, Pazuello disse que “na melhor hipótese” isso ocorrerá até 20 de janeiro, a depender da aprovação das vacinas e disponibilização da doses. “Contamos com a do Butantan e com as vacinas importadas da AstraZeneca”, disse. Caso isso não seja possível, o prazo médio previsto para o governo é de início da campanha entre 20 de janeiro e 10 de fevereiro ou ainda, na pior das hipóteses, entre 10 de fevereiro e começo do mês de março.