Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Saiba qual o preço dos sangramentos de hemofílicos no Brasil

Estudo mostra que custos podem aumentar em até cinco vezes quando o paciente desenvolve anticorpos que aumentam episódios hemorrágicos

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 ago 2022, 19h57 - Publicado em 9 ago 2022, 19h54
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O estudo “O uso de dados do mundo real na análise econômica de doenças raras: os custos da hemofilia no Brasil”, realizado pelo Instituto de Avaliação de Tecnologias em Saúde – IATS e divulgado nesta terça-feira 9, traz novos dados sobre os impactos econômicos da hemofilia A, doença hereditária rara caracterizada por um distúrbio hemorrágico em que o sangue não coagula corretamente, levando as pessoas a sangrar por mais tempo e em maior frequência do que o normal.

    Publicidade

    Segundo a pesquisa, os custos podem aumentar em até cinco vezes quando o paciente desenvolve anticorpos inibidores contra o fator VIII e há aumento da frequência e/ou gravidade dos episódios hemorrágicos. De acordo com o Manual de Hemofilia do Ministério da Saúde, isso representa cerca de 30% dessa população.

    Publicidade

    Além disso, a pesquisa mostra que a falta de controle sobre os sangramentos na vida dos pacientes impacta o Sistema Único de Saúde, com a imprevisibilidade orçamentária, refletindo na oneração de recursos. “Atualmente, a prevenção dos sangramentos é realizada com a reposição do fator deficiente, no caso da Hemofilia A, o fator VIII, responsável pela coagulação do sangue. Porém, esses pacientes podem desenvolver anticorpos inibidores contra este fator, neutralizando a sua ação e o tornando ineficaz, o que reflete na quebra do controle dos sangramentos e impactando sua qualidade de vida”, diz Melina Swain, médica, hematologista e hemoterapeuta da Fundação Hemocentro de Brasília (FHB).

    Os impactos também aumentam em função da gravidade da doença. “A hemofilia pode ser classificada como leve, moderada e grave. Quanto mais grave for a doença, mais insumos serão necessários, principalmente quando falamos do fator deficiente”, explica a médica. “Um paciente mais grave, vai necessitar de mais aplicações para prevenir esses sangramentos, a chamada profilaxia. Isso tende a ser mais comum nos casos graves e, normalmente, acarreta em pacientes que buscam mais pelos serviços de saúde, têm mais intercorrências em consequência das hemorragias e precisam de mais recursos para evitar sequelas”.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Indiretamente, a hemofilia afeta ainda a renda familiar, o que faz com que a busca por alternativas de cuidados se torne um dos principais objetivos dessa comunidade. “As inovações no cenário da hemofilia são bem-vindas e necessárias principalmente por seu potencial de melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, afirma Tânia Pietrobelli, presidente da FBH, que acrescenta: “Como sociedade, precisamos olhar para essas famílias e buscar o aprimoramento constante das políticas públicas em hemofilia para garantir que pacientes, cuidadores e familiares possam estar inseridos na sociedade e exercendo sua cidadania de forma plena, na educação, no trabalho e no lazer, como cidadãos produtivos na construção de nosso país”.

    De acordo com o Ministério da Saúde, atualmente são cerca de 13 mil hemofílicos no país. Segundo a pesquisa “Um Retrato da Hemofilia no Brasil”, realizada pela Veja Saúde com apoio da Federação Brasileira de Hemofilia (FBH) e da Roche Farma Brasil, 49% dos pais de crianças e adolescentes com hemofilia A pararam de trabalhar para acompanhar os filhos nas idas e vindas a consultas médicas e visitas frequentes aos hemocentros, enquanto outros 9% perderam o emprego devido às ausências frequentes.

    Publicidade
    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.