As dúvidas sobre por quanto tempo dura a proteção das principais vacinas aprovadas contra a Covid-19 preocupam especialistas, gestores e a população de diferentes regiões do mundo. Para avançar na questão, um grupo de pesquisadores analisou os imunizantes da Pfizer, Moderna, Janssen e AstraZeneca e constatou que a proteção contra a infecção pelo novo coronavírus, o SARS-CoV-2, cai 21 pontos percentuais a partir de seis meses, mas a queda foi menor em relação à eficácia contra as formas graves da Covid, totalizando dez pontos percentuais. O achado foi publicado no periódico científico The Lancet.
Para chegar ao achado, pesquisadores do Departamento de Imunizações, Vacinas e Biológicos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e instituições dos Estados Unidos, Reino Unido, Chile e Israel analisaram 18 estudos revisados por pares e pré-prints publicados no ano passado antes da circulação da variante de preocupação ômicron.
A partir da combinação dos dados, eles estimaram uma mudança média na eficácia dos imunizantes com o esquema primário, com duas doses, ao longo do tempo. Apesar da redução da eficácia da vacina com o passar dos meses, algo que já era esperado e divulgado por cientistas, a análise permitiu observar que os vacinados têm a proteção contra as situações críticas preservada, inclusive entre os idosos.
“Avaliar a eficácia ou eficácia da vacina além de seis meses será crucial para atualizar a política de vacinas Covid-19”, afirmaram, em trecho do estudo. Eles recomendaram ainda que a eficácia continue sendo monitorada no contexto da variante ômicron e de outras que venham a aparecer.
Abaixo, os números da vacinação no Brasil: