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Por que as crianças e adolescentes são prioridade na vacinação da dengue?

Maior risco de doença grave por segunda infecção, número de hospitalizações e eficácia forma determinantes para a escolha da faixa etária

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 Maio 2024, 17h22 - Publicado em 9 fev 2024, 16h59
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  • Com o início da vacinação contra a dengue, chama a atenção que o grupo prioritário para as doses disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos. Mesmo com todas as faixas etárias tendo as mesmas chances de pegar a doença, que se alastra por todo o Brasil, e apresentarem a mesma evolução clínica, essa população, porém, tem alguns fatores de risco maiores, que levaram a essa escolha pelo Ministério da Saúde, que prevê 4,2 milhões de casos só em 2024 no país.

    O primeiro deles é o fato de crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos serem o público com maior número de hospitalizações. “Isso acontece porque o principal fator de risco de desenvolvimento da doença grave é na segunda infecção. E nos locais de maior transmissão, em geral, acomete os adolescentes já que foram expostos à primeira infecção na infância”, explica Renato Kfouri, Renato Kfouri, infectologista e presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

    “Foi por esse motivo que nós, da Câmera Técnica do Ministério da Saúde, sugerimos que se incorporasse a vacina para esse público de 10 a 14 anos, que já teve a primeira infecção e com a segunda tem chance maior de hospitalizar”, completou.

    Outro motivo é que a vacina QDenga, da farmacêutica japonesa Takeda Pharmaceuticals, demonstrou melhor eficácia nesse público. “Os estudos se concentraram em crianças e adolescentes, que tiveram melhor desempenho. Além disso, existe a questão da maior adesão já que os jovens dessa idade precisam procurar o serviço de saúde para fazer outras vacinas como a HPV e meningite. Então vimos também essa oportunidade de vacinação, além de melhores dados de proteção”, avalia Kfouri, que também preside o Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

    Atenção aos sintomas

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    Segundo o médico, para outras faixas etárias da infância, a dengue se comporta como em adultos. “Exceto o recém-nascido e o lactente muito jovem”, afirma. “Às vezes, não tem sintomas típicos como dor de cabeça ou dor articular, mas vem mais grave nessas pessoas, tanto nos mais novinhos quanto em idosos”, pontua.

    Os sintomas dengue incluem dor de cabeça intensa, atrás dos olhos, musculares e articulares; náusea e vômito, manchas vermelhas no corpo e febre alta (39ºC a 40ºC), de início repentino. Em bebês, os pais devem ficar atentos em outros sinais como se a criança não mama bem ou sofre convulsões.

    Mas quanto dura a proteção?

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    Uma das perguntas mais frequentes sobre vacinas é o tempo de duração da proteção. No caso do imunizante da dengue, ainda é desconhecido “Os estudos mostram persistência de proteção de pelo menos 4 anos e meio, baseado no tempo em já acompanhamos pessoas vacinadas”, finaliza Kfouri.

     

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