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Por que a asma pode matar? As bombinhas viciam? Tire suas dúvidas

A morte da escritora e roteirista Fernanda Young, aos 49 anos, pela doença desencadeou dúvidas nos consultórios sobre a doença

Por Letícia Passos
Atualizado em 26 ago 2019, 18h15 - Publicado em 26 ago 2019, 17h50
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  • A asma é uma doença respiratória crônica que afeta 10% da população brasileira. Não tem cura e pode desencadear crises graves capazes de levar o paciente à morte. Foi o que aconteceu com a escritora e roteirista Fernanda Young, de 49 anos, que morreu no último domingo devido a uma crise de asma que provocou uma parada cardíaca. A morte da artista levantou uma série de dúvidas em relação à doença.

    O pneumologista Roberto Stirbulov, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo esclarece algumas das principais questões sobre a asma. Confira. 

    – Por que a asma mata? A asma é uma doença crônica caracterizada por inflamações nas vias respiratórias. Durante uma crise de asma, ocorre o estreitamento dessas vias. Esse estreitamento bloqueia as vias aéreas, dificultando a respiração. Em casos raros e muito graves, o bloqueio impede a passagem de ar para os pulmões e, consequentemente, o oxigênio não chega aos órgãos vitais, o que pode levar à morte do paciente.

    “A asma precisa ser controlada através de medicamentos de uso contínuo. Quando o tratamento não é feito de maneira adequada, a exposição aos gatilhos pode causar o estreitamento súbito dos brônquios inflamados, gerando um quadro de hipoxemia – uma baixa concentração de oxigênio no sangue – e órgãos importantes, como cérebro e coração, são agredidos”, explica o especialista.

    Por isso, é importante procurar um especialista e seguir as orientações médicas.

    – Como é o tratamento? Não existe cura para a asma, portanto, a melhor maneira de cuidar da doença e evitar complicações, como internação e morte, é fazer o tratamento adequado, que ajuda a controlar a doença e evitar a manifestação dos sintomas. Existem duas classes de medicamentos para o tratamento: os profiláticos (de uso contínuo), que previnem a aparição dos sintomas, e as medicações para alívio, como é o caso das bombinhas, que ajudam a atenuar os sintomas quando surgem.

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    – As bombinhas viciam? Algumas pessoas acreditam que  os medicamentos inalatórios podem viciar, mas não é verdade. No entanto, estudo publicado no periódico New England Journal of Medicine indica que a bombinha não é tão eficiente para casos moderados e persistentes de asma. “A melhor forma de cuidar da doença é utilizar os medicamentos de uso contínuo com orientação médica. Eles permitem que o paciente leve uma vida normal e não tenha problemas quando exposto a gatilhos, que demandam o uso de medicamentos de alívio”, recomenda Stirbulov.

    – Quais são os sintomas da doença? Os principais sintomas da asma são: falta de ar ou dificuldade para respirar, desconforto torácico (sensação de aperto no peito), chiado no peito, ansiedade, respiração rápida e curta, e tosse seca.

    – O que desencadeia uma crise? Entre os fatores de riscos para a crise estão:

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    – O que fazer em caso de crise? Uma crise de asma grave começa com tosse e chiado no peito. Em seguida, vem desconforto respiratório e dificuldade de expelir o ar. A respiração fica mais curta e e aparece a sensação de aperto no peito. “Quando o paciente se vê em uma crise, deve procurar imediatamente um serviço de emergência. Aqueles que são acompanhados por um especialista periodicamente recebem orientações em consultório sobre o manejo da crise. Mas esse controle deve ser feito com medicamentos prescritos por um médico”, salienta Stirbulov.

    – Qual é o papel da atividade física? Pacientes que têm a asma controlada podem praticar atividade física normalmente. Aliás, a prática ajuda a fortalecer a musculatura respiratória. Esportes aquáticos, como natação, também podem ser praticados desde que a água não contenha cloro.

    – Como é feito o diagnóstico da asma? O diagnóstico da doença é feito através de avaliação médica e confirmado por exames de espirometria (avaliação da função pulmonar). O profissional de saúde vai analisar a recorrência de episódios de falta de ar, chiado no peito e tosse persistente, além de conferir a manifestação de sintomas após o contato com mofo, poeira, animais, perfumes, resfriados, riso e choro. O histórico familiar da doença também ajuda a identificar o problema.

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