A Pfizer informou que protocolou junto à Anvisa nesta quarta-feira, 28, o pedido de uso emergencial do medicamento tofacitinibe para o tratamento de adultos hospitalizados com pneumonia resultante de Covid-19. A solicitação é baseada em um projeto de pesquisa realizada em parceria com o Hospital Albert Einstein.
O estudo, realizado em 15 centros brasileiros, incluiu 289 pacientes internados com pneumonia causada pela Covid-19, e que não precisaram de suporte ventilatório. Os resultados mostraram que o uso do medicamento reduziu o risco de morte ou insuficiência respiratória até o dia 28, em comparação com o placebo. Eventos adversos graves ocorreram em 14,1% no grupo que recebeu tofacitinibe e 12,0% no grupo que recebeu o placebo. Os resultados deste estudo foram publicados em junho no New England Journal of Medicine, um dos mais respeitados periódicos científicos do mundo.
“Isso tem o potencial de ser um avanço na luta contra a pandemia e, se aprovado, ser uma nova opção terapêutica potencial para certos pacientes hospitalizados que foram infectados pelo novo coronavírus. Usado pelos médicos no momento certo, ele tem o potencial para prevenir a falência respiratória em pacientes”, disse Márjori Dulcine, diretora médica da Pfizer Brasil, em comunicado.
Como funciona o medicamento
O tofacitinibe faz parte da categoria dos inibidores das janus quinase (JAKs), proteínas envolvidas no desencadeamento de doenças inflamatórias. No caso da Covid-19, sua atuação diminuiria o risco de ocorrência da chamada tempestade inflamatória, complicação grave da enfermidade associada à resposta exagerada do sistema imunológico à entrada do novo coronavírus.
O tofacitinibe, comercializado pelo nome de Xeljanz, já está aprovado no Brasil para o tratamento de artrite reumatoide, artrite psoriática e colite ulcerativa. Mas seu uso para o tratamento de pacientes com Covid-19 ainda não está autorizado. A Pfizer alerta que o tofacitinibe não deve ser usado em pacientes com infecção grave ativa.