– Celular
O período forçado de convivência entre casais na quarentena representou uma prova de fogo para muitos relacionamentos. Um terço deles relata pelo menos uma briga por semana no decorrer desse tempo, segundo uma pesquisa realizada com 700 entrevistados no Brasil pelo Instituto do Casal, centro de terapia que é referência nesse tipo de conflito em São Paulo. No levantamento, o celular aparece como o principal motivo das discussões. “Ele aproxima quem está longe e distancia quem está perto”, afirma a psicóloga Denise Figueiredo, responsável pela clínica. “Na pandemia, perderam-se os limites sobre o uso.”
– Divisão das tarefas domésticas
Cuidar da casa, organizar a alimentação e dar conta das aulas on-line dos filhos, sem se descuidar das tarefas profissionais no esquema de home office, tornaram-se também centro de conflitos entre os casais, com queixas frequentes de sobrecarga de responsabilidades para um dos lados.
– Excesso de críticas
Neste período estressante, a fricção de emoções provocada pelo espaço do confinamento virou um campo de batalha, onde cada um dos parceiros passou a bombardear o outro lado com observações desairosas. Com isso, motivos banais se transformaram em estopins de intermináveis DRs.
– Falta de romance
Os problemas domésticos, o medo do vírus e a crise financeira estão longe de ser inspiradores para uma lua de mel. “A libido de muitas pessoas diminuiu bastante e, nesses casos, o sexo acabou sendo deixado de lado”, afirma Denise Figueiredo, que relata um aumento de 20% na procura de clientes por sua clínica devido ao acúmulo de problemas de relacionamento na pandemia.
Publicado em VEJA de 15 de julho de 2020, edição nº 2695