A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta quarta-feira, 16, o balanço dos ataques de Israel que atingiram serviços de saúde do Líbano e constatou que 23 unidades foram alvo de bombardeios, deixando 72 mortos e 43 feridos entre profissionais de saúde e pacientes. A entidade informou que os hospitais estão sob pressão e pediu o fim das hostilidades aos pontos de assistência médica.
Os ataques tiveram início em 17 de setembro e, segundo o levantamento da OMS, 15 investidas impactaram instalações e 13 afetaram o transporte de saúde.
No sul do Líbano, foi detectada uma concentração maior de unidade de saúde que fecharam, mas esse movimento foi notado em outras partes do país. Dos 207 centros de saúde primários, 100 estão fechados. Até o momento, cinco hospitais foram evacuados e outros cinco retiraram parte dos pacientes, inclusive casos críticos de câncer e pessoas em diálise, que foram realocados em unidades em situação de sobrecarga.
“Os hospitais no Líbano já estão sob enorme pressão enquanto se esforçam para sustentar serviços essenciais de saúde enquanto lidam com um fluxo sem precedentes de pessoas feridas”, diz nota da OMS. “Com falta de pessoal e recursos, o sistema de saúde tem lutado para manter serviços ininterruptos para todos os necessitados, com suprimentos esgotados e profissionais de saúde exaustos.”
Entrega de suprimentos
No início do mês, a OMS enviou quatro voos com suprimentos médicos para tratamento de traumas e prevenção de cólera para seu centro logístico em Dubai. De lá, eles seguiram para Beirute e são suficientes para os cuidados de cerca de 100 mil pacientes.
Com a Cruz Vermelha Libanesa, está sendo realizado um trabalho para equipar os bancos de sangue e a OMS coordena um treinamento em cirurgia de trauma de guerra, além da criação de centros de trauma em hospitais de referência. Outra frente está sendo conduzida com o Ministério de Saúde Pública do Líbano para evitar quadros que podem eclodir em abrigos, como diarreia aquosa aguda e infecções respiratórias.
“A situação no Líbano é alarmante. Ataques aos cuidados de saúde debilitam os sistemas de saúde e impedem sua capacidade de continuar a funcionar. Eles também impedem que comunidades inteiras acessem serviços de saúde quando mais precisam deles”, disse, em comunicado, Hanan Balkhy, diretor regional da OMS para o Mediterrâneo Oriental. “A OMS está trabalhando incansavelmente com o Ministério da Saúde Pública no Líbano para apoiar a continuidade dos serviços essenciais de saúde, mas o que o povo do Líbano mais precisa é de um cessar-fogo imediato”, declarou.