O tratamento de um pequeno grupo de 12 pacientes com câncer retal localmente com anticorpo monoclonal dostarlimab levou a um desfecho animador e surpreendente para a comunidade científica: em todos os participantes do estudo, houve remissão da doença e os resultados positivos se sustentaram por um ano.
O estudo foi publicado no periódico New England Journal of Medicine neste domingo, 5, e debatido por oncologistas durante o evento anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco, na sigla em inglês), que se encerrou nesta terça-feira, 7. Após o tratamento, exames como ressonância magnética, avaliação endoscópica, toque retal ou biópsia não apontaram evidências da presença de tumor.
Os pacientes tomaram o medicamento por meio intravenoso a cada três semanas por seis meses. “Durante o período médio de acompanhamento de 12 meses, nenhum paciente recebeu quimiorradioterapia e nenhum paciente foi submetido à ressecção cirúrgica”, diz trecho do estudo.
Segundo o oncologista Bruno Ferrari, fundador e CEO do Grupo Oncoclínicas, os resultados apontam uma nova alternativa de tratamento para o futuro e sem as sequelas causadas por tratamentos mais agressivos. “É importante ressaltar que é um estudo que está em andamento. Por enquanto, não teremos mudanças na prática clínica voltada ao tratamento do câncer de reto, mas o resultado dessa análise até aqui já abre um caminho muito promissor para que em um futuro breve tenhamos as devidas aprovações regulatórias para a incorporação dessa imunoterapia como alternativa ao arsenal de opções terapêuticas que podemos oferecer aos pacientes.”