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O que se sabe sobre a Novavax, a nova vacina contra o novo coronavírus

Estudos realizados constataram 100% de eficácia da vacina em casos graves e moderados da doença

Por Matheus Deccache Atualizado em 21 jun 2021, 08h09 - Publicado em 19 jun 2021, 19h00
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  • A vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pelo laboratório americano Novavax surge em um momento em que muitas outras já estão disponíveis e sendo aplicadas na população mundial. Nesse contexto, algumas dúvidas e questões a respeito de sua eficiência podem surgir, assim como aconteceu com todos os outros imunizantes até o momento. Afinal, o que se sabe sobre a Novavax? 

    Uma das perguntas mais importantes está relacionada a sua eficácia. De acordo dados obtidos em um estudo feito com quase 30 mil participantes, a vacina NVX-CoV2373 é 90,4% eficaz, número próximo das vacinas da Pfizer e da Moderna. Em proteção contra casos graves e moderados, essa porcentagem é ainda maior, atingindo a marca de 100%.  

    No grupo de placebo, ocorreram 63 casos de covid-19, dez deles com desenvolvimento moderado e quatro com severo. No grupo de vacinados, houve apenas 14 casos no total, mas todos eles tiveram um desenvolvimento brando da Covid-19. No total, 29.960 participantes em 119 locais nos Estados Unidos e no México participaram da fase 3 de testagem. 

    Ainda de acordo com a empresa, as reações causadas pela vacinação são moderadas e não diferem daquelas causadas por outros imunizantes. Dores no local da aplicação, febre, dor de cabeça e fadiga foram os mais registrados. 

    No que diz respeito às variantes, a Novavax apresentou grande eficácia contra a Alpha, detectada pela primeira vez no Reino Unido, uma vez que ela já circulava no México e nos EUA, locais de aplicação das vacinas. Já contra a variante Beta, inicialmente descoberta na África do Sul, a eficácia cai consideravelmente e atinge a marca de 49%. Por fim, não há dados disponíveis ainda sobre as variantes Gamma e Delta, detectadas pela primeira vez em Manaus e na Índia, respectivamente. 

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    Em relação a sua tecnologia, a Novavax difere em relação aquelas já disponíveis para a população. Enquanto a Pfizer e a Moderna utilizam uma vacina mRNA e a AstraZeneca e Johnson & Johnson uma vacina vetorial, o imunizante americano é formado a partir de fragmentos de proteínas dos vírus, especificamente os da proteína spike, aquela que funciona como uma “porta” para a entrada do coronavírus na célula.  

    Ainda que também dependa de duas doses para completa imunização, a vacina age de forma mais rápida do que as outras, uma vez que não exige do sistema imunológico a produção das proteínas spike. Seu método é parecido com as vacinas de hepatite B e tétano: há uma reação do sistema imunológico às proteínas aplicadas no corpo.  

    A Novavax projetou o imunizante com o objetivo de futuramente proteger não só contra o novo coronavírus, mas também contra o vírus influenza, causador da gripe. De acordo com o Instituto Robert Koch (RKI), agência alemã de prevenção e controle de doenças, todas as vacinas disponíveis atualmente podem ser administradas simultaneamente, sem um risco de sobrecarga vacinal. Entretanto, ainda há dúvidas a respeito de um efeito negativo sobre a eficácia. 

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    Até o momento, os estudos sobre a vacina americana são promissores. Caso siga por esse caminho, a empresa pretende receber a aprovação para uso já em setembro. Na União Europeia, um acelerado processo de revisão já está em análise desde fevereiro.  

    Com o sucesso no programa de vacinação americano e a disponibilidade de vacina para toda a população, a aprovação da Novavax pode abrir caminho para uma grande campanha de imunização global, onde a demanda ainda é bastante limitada. Recentemente, a cúpula do G7 realizada no Reino Unido anunciou a intenção de distribuir até 2,3 bilhões de doses de vacina aos países mais pobres. Como a vacina americana é muito mais fácil de armazenar e transportar – tecnologias baseadas em proteínas resistem a temperaturas de até 8ºC, maior do que as que usam mRNA –, e a empresa estima a produção de 100 milhões de doses mensais, o caminho para a doação pode ser facilitado.  

    Desde o início da pandemia, mais de 177 milhões de casos do novo coronavírus foram registrados, totalizando 3,82 milhões de mortos. O Brasil, um dos países mais atingidos, mais de 17,5 milhões de casos foram contabilizados e 490,696 pessoas vieram a óbito. 

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