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O que esperar do novo antiviral contra a dengue

Medicamento em estudo mostrou resultado satisfatório contra o vírus quando testado em humanos

Por Diego Alejandro
Atualizado em 27 out 2023, 16h27 - Publicado em 27 out 2023, 16h21

Casos de dengue estão aumentando tanto em locais que há muito lutam contra a doença como em áreas onde a sua propagação era inédita até os últimos dois anos. Em paralelo, felizmente a medicina vem avançando nas táticas para prevenir e combater a infecção transmitida por mosquitos.

No início do ano, a farmacêutica Takeda anunciou, com a chancela da Anvisa, a primeira vacina a ser liberada no país para pessoas que nunca tiveram a doença. Agora, um antiviral desenvolvido pela Janssen se mostra mais uma arma promissora contra a moléstia.

A empresa divulgou os resultados iniciais da segunda de três etapas dos estudos na última semana, no Encontro Anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene, em Chicago, nos EUA.

O trabalho, ainda que pequeno, mostrou que o medicamento JNJ-1802 bloqueou a ação de duas proteínas virais, impedindo que o patógeno fizesse cópias de si mesmo. O fármaco também se demonstrou seguro e bem tolerado entre os voluntários. Com isso, avançou para um estudo maior que vai estabelecer a eficácia em milhares de pessoas em 10 países, incluindo o Brasil.

“Os resultados promissores do JNJ-1802 até o momento oferecem a esperança de que a ciência será capaz de enfrentar esta ameaça à medida que mais e mais comunidades são afetadas em todo o mundo”, disse Marnix Van Loock, líder da divisão de Patógenos Emergentes da Janssen, em comunicado.

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Estudo

O tipo do teste que mostrou o potencial do medicamento é chamado de desafio humano, em que os pesquisadores expõem intencionalmente voluntários saudáveis a um patógeno para testar uma vacina ou tratamento.

De acordo com o portal Clinical Trials, que mantém o registro de estudos clínicos, 54 participantes foram recrutados no total, sendo divididos em distintos grupos para a análise de dosagens baixas, médias e elevadas do medicamento. Em cada um desses grupos, os voluntários foram separados entre aqueles que receberam o antiviral e os que ingeriram placebo.

A pesquisa avaliou o medicamento no esquema profilático, ou seja, na prevenção, começando antes mesmo da infecção. Os voluntários, todos adultos saudáveis entre 18 e 55 anos, receberam doses diárias do JNJ-1802 ou placebo durante 26 dias. No quinto dia, foram expostos a uma versão enfraquecida do sorotipo 3 do vírus da dengue, com o intuito de se acompanhar os sintomas.

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Os voluntários, então, foram monitorados ao longo de 85 dias. Os cientistas notaram uma resposta que varia de acordo com a dosagem, ou seja, aqueles que ingeriram o medicamento em doses mais elevadas apresentaram níveis significativamente menores de detecção do vírus no organismo em comparação com o grupo do placebo.

“As alterações climáticas ameaçam colocar mais pessoas em risco de contrair dengue, mas o mundo não dispõe das ferramentas necessárias para combater este significativo desafio de saúde”, afirmou Ruxandra Draghia-Akli, líder da divisão de Saúde Pública Global da Janssen.

A substância atua inibindo proteínas que o vírus da dengue utiliza para se replicar no organismo e desencadear a infecção. Neste momento, a próxima etapa do teste envolverá um número maior de voluntários, aproximadamente 2 mil, conforme registrado no Clinical Trials, e examinará a eficácia do medicamento contra a infecção no mundo real.

Em março deste ano, a empresa já havia publicado na revista científica Nature os resultados de testes com primatas não humanos e camundongos, mostrando uma forte proteção contra a dengue.

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