Desde 2002, o ator Pedro Paulo Rangel, que morreu na madrugada desta quarta-feira, 21, aos 74 anos, lutava contra a DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), condição pela qual estava internado desde o início de novembro no CTI da Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é a terceira maior causa de morte no mundo e registra alta incidência no Brasil, gerando um óbito a cada 15 minutos, geralmente entre fumantes habituais – cerca de 90% dessas pessoas desenvolvem chances de sofrer DPOC, que começa com tosse, falta de ar e expectoração. Os fumantes, porém, tem a tendência de subestimar esses sinais, pois acreditam que são sintomas do próprio tabagismo, além do envelhecimento ou da ganho de peso.
Só que com o tempo, a falta de ar aumenta, debilitando o paciente, que passa a ter dificuldades para realizar várias tarefas, como tomar banho, subir escadas e desempenhar outras funções, levando a limitações laborais e privação do convívio social. Infecções recorrentes, como pneumonia e exacerbações dos sintomas começam a surgir. Muitas vezes, a dificuldade da troca gasosa é tão intensa que o paciente passa a necessitar de suplementação de oxigênio regular.
Vale lembrar que, apesar de um pouco menos comum, a DPOC também pode ser causada pela exposição a outros poluentes e não apenas a fumaça do tabagismo, entre eles a poluição atmosférica e inalação de fumaça de produtos químicos de limpeza industriais.
De acordo com a Fundepoc, uma instituição argentina especializada na doença, estima-se que 80% das pessoas afetadas não recebam corretamente o diagnóstico. Rangel, um dos grandes nomes do teatro e da TV brasileira faz parte de um pequeno grupo de pacientes que tiveram a doença identificada, mas a DPOC não tem cura.
Há medicamentos broncodilatadores que são capazes de melhorar a função pulmonar, evitar exacerbações, além de aumentar a sobrevida e a qualidade de vida do paciente. Existem também opções que associam três substâncias num único dispositivo inalatório, o que traz praticidade e maior adesão dos pacientes à terapia, mas a maneira mais eficaz de lidar com a doença é ficar longe do cigarro. É, aliás, a primeira opção de tratamento para a DPOC: convencer o paciente a parar de fumar.
Outras formas importantes de prevenção e tratamento são a prática de exercícios físicos e tomar a vacina contra a gripe e a pneumonia, já que as infecções respiratórias disparam as crises e podem agravar o quadro.