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Novo medicamento acende esperança para quem quer parar de fumar

Eficaz, seguro e com poucos efeitos colaterais, citisiniclina levou um terço dos participantes dos estudos clínicos a abandonarem o cigarro

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 jul 2023, 16h39 - Publicado em 24 jul 2023, 16h25
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  • Parando de fumar
    NÃO AO CIGARRO: Fármaco a base de plantas ameniza o desejo de fumar e reduz a abstinência à nicotina (Istock/Getty Images)

    Um novo medicamento experimental pode ser uma esperança para quem não consegue parar de fumar. Trata-se da citisiniclina, também conhecida como cistina, que na última fase dos testes clínicos demonstrou ser segura, eficaz e bem tolerada entre os fumantes que querem largar o vício. Com resultados publicados na revista científica JAMA, pode se tornar a primeira escolha para o tratamento do tabagismo em 20 anos, caso seja aprovado pelas agências reguladoras.

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    “Existe uma necessidade urgente de novos fármacos para tratar o tabagismo já que os atuais não funcionam para todos os fumantes e podem ter efeitos colaterais complicados. Se aprovada pelas agências reguladoras, a citisiniclina pode ser uma nova e valiosa opção para tratar a dependência do tabaco”, disse Nancy Rigotti, diretora do Centro de Tratamento e Pesquisa de Tabaco do Hospital Geral de Massachusetts, da Universidade de Harvard e autora do estudo. “O tabagismo continua sendo a principal causa evitável de morte em todo o mundo, mas nenhum novo medicamento para parar de fumar foi aprovado pela Food and Drug Administration (agência reguladora dos EUA) por quase duas décadas”, completa.

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    A citisiniclina se liga aos receptores de nicotina no cérebro, é um alcaloide natural derivado de plantas que se liga seletivamente aos receptores nicotínicos no cérebro, amenizando o desejo de fumar e reduzindo os sintomas de abstinência da nicotina. Seu mecanismo de ação é parecido ao da vareniclina, um medicamento auxiliar no combate ao tabagismo aprovado em 2006 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil.

    O estudo

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    Realizados pela Achieve Life Sciences, farmacêutica especializada em tabagismo e responsável pelo fármaco, os estudos clínicos com a citisiniclina foram feitos com 810 voluntários que fumavam diariamente e queriam largar o cigarro, divididos em três grupos, com cerca de 270 pessoas cada.

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    O primeiro grupo recebeu 3 mg do remédio, três vezes ao dia, durante 12 semanas. Para o segundo grupo, foi dada uma dose idêntica, mas durante 6 semanas. No outro, foi administrado um placebo durante 12 semanas. Os resultados mostraram que entre a 9º e a 12º semana, 32,6% dos voluntários que receberam o remédio ainda estavam em abstinência contra apenas 7% do grupo placebo.

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    Entre os voluntários que receberam a citisiniclina por 6 semanas, 25,3% estavam em abstinência entre a 3º e a 6º, e 4,4% no grupo placebo. Eles relataram ainda uma queda rápida e consistente da vontade de fumar no primeiro semestre do tratamento. Ao longo prazo, o grupo de 12 semanas, entre a 9º e a 24º, ou seja, três meses após o fim do tratamento, 21,1% continuavam em abstinência, enquanto 4,8% permaneciam no grupo placebo.

    “As evidências até o momento mostram que a citisiniclina aumenta as taxas de cessação sem causar efeitos colaterais incômodos, uma das principais razões pelas quais os pacientes se recusam a tomar ou continuar com os medicamentos prescritos para parar de fumar”, explica Cindy Jacobs, presidente e diretora médica da Achieve Life Sciences, sobre o remédio, que também foi considerado seguro e bem tolerado, causando poucos efeitos colaterais como náusea e insônia em menos de 10% de cada grupo.

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    O próximo passo da farmacêutica é submeter os dados do medicamento para aprovação de uso pela FDA na primeira metade de 2024. Não há ainda estimativa para a solicitação de autorização em outros países. “Este agente tem o potencial de ajudar um número incontável de pessoas a parar de fumar e, no processo, reduzir o enorme número de mortes prematuras e incapacidades devido ao tabagismo nos EUA e no mundo”, finaliza a pesquisadora.

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