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Novo exame usa IA para detectar cinco doenças por tomografia abdominal

Tecnologia permite identificar casos de esteatose hepática, diminuição do volume muscular, gordura visceral, osteoporose e cálculos renais

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 Maio 2024, 13h07 - Publicado em 19 abr 2024, 18h34

Uma nova tecnologia para diagnóstico de doenças com uso de inteligência artificial começou a ser usada no Brasil e é capaz de identificar cinco condições por meio de tomografia do abdômen. Com o exame, é possível diagnosticar casos de gordura no fígado (esteatose hepática),  diminuição do volume muscular (sarcopenia), gordura visceral, osteoporose e cálculos renais. 

O algoritmo foi desenvolvido pela rede de saúde integrada Dasa, que oferece a opção em laboratórios de São Paulo. A proposta é utilizar informações que podem ser capturadas pela tomografia, que não costumam ser aproveitadas, para dar diagnósticos de doenças importantes para a saúde geral dos pacientes sem a necessidade de novos pedidos médicos para a realização de exames.

“O exame de tomografia é muito solicitado na prática clínica, porque traz muitas informações, como o volume do fígado e dos rins, e boa parte dos exames não tem alterações, mas são dados importantes para treinar o algoritmo”, explica Victor Gadelha, diretor médico de ensino, pesquisa e inovação da Dasa.

Gadelha exemplifica que, em um paciente com obesidade, é possível verificar a quantidade de gordura entre os órgãos, a gordura visceral, e comparar com a base de dados que o algoritmo aprendeu. Com o cruzamento de informações, é possível indicar se os níveis estão normais ou demandam atenção.

“Essa condição é um dos maiores desencadeadores de risco cardiovascular. Com esse dado, posso colocar o paciente em uma linha de cuidado. Assim, a tecnologia vem para a gente repensar informações que podem indicar risco para doenças como AVC e pressão alta.”

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Exame cinco em um

A mesma lógica é usada para a detecção das demais doenças, de modo que a inteligência artificial consegue fazer a leitura de possíveis alterações sem que o radiologista faça demarcações. Isso ocorre por meio da segmentação e de cálculos automáticos da densidade e volume dos tecidos.

A tecnologia foi desenvolvida em um período de seis meses e está sendo treinada há um ano e meio. Por enquanto, está disponível em São Paulo, sem cobranças adicionais, e deve ser oferecida nas demais unidades da rede no país em dois anos.

Não só a gordura visceral, identificada pelo exame, é um fator de risco para complicações. A esteatose hepática, também chamada de fígado gorduroso, já é preocupante por estar ligada a quadros de sobrepeso, sedentarismo e má alimentação. O agravante é que a infiltração de gordura nas células do fígado pode levar a casos de cirrose hepática e até câncer. Segundo o Ministério da Saúde, 30% da população apresenta o problema e metade dos pacientes pode evoluir para formas graves da doença.

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A osteoporose, que acomete principalmente mulheres a partir dos 50 anos, pode causar fraturas. Já a sarcopenia, ligada ao envelhecimento, leva à perda acelerada de massa muscular, comprometendo a locomoção e atividades corriqueiras, como subir escadas.

Os cálculos renais, conhecidos como pedras nos rins, costumam ser assintomáticos. O problema ocorre quando a pedra se desloca pelo canal que conduz a urina do órgão para a bexiga. Os relatos sobre a crise costumam ser de uma forte dor que se espalha das costas, passa pelo abdômen e se dirige para a região da virilha. O desconforto ocorre em picos com pausas momentâneas. Os pacientes podem apresentar ainda sangue na urina, vômito e náuseas.

“O tratamento pode ser clínico, com medicamentos para o controle da dor e para auxiliar na eliminação espontânea do cálculo. Quando o cálculo não é expelido espontaneamente, podem ser necessários outros procedimentos, como bombardeamento das pedras por ondas de choque e cirurgia para retirar o cálculo dos rins ou do ureter após sua fragmentação”, explica o Ministério da Saúde.

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