Não é preciso comer tantos vegetais para ser saudável, diz estudo
Segundo um novo estudo, 3 a 4 porções diárias variadas de frutas, legumes e verduras, são suficientes para reduzir o risco de morte cardiovascular
Já falamos sobre os efeitos positivos que o consumo moderado da gordura pode ter na saúde, apontados em uma nova pesquisa publicada no periódico científico The Lancet. Mas outro estudo feito em conjunto sugeriu algo tão surpreendente quanto: você não precisa comer diariamente tantas frutas e vegetais quanto os especialistas recomendam para ser saudável.
Para os cientistas, três a quatro porções (equivalentes a 375 gramas) de frutas, legumes e verduras por dia podem ser o suficiente para prolongar a vida, reduzindo o risco de morte prematura por doença cardiovascular – as diretrizes da OMS para uma boa alimentação recomendam cinco porções diárias (equivalente a 400 gramas).
Porém, esse efeito só foi possível junto ao consumo moderado de gorduras e, o mais importante, de carboidratos.
Menos porções diárias
Ao analisarem dados sobre a dieta de 135.000 pessoas de diversos lugares do mundo, durante um período de sete anos, e compararem a ingestão de frutas, verduras e legumes às taxas de mortalidade, os pesquisadores descobriram que aqueles que comiam de três a quatro porções diárias tinham 22% menos chances de morrer do que os outros, que comiam menos. Pessoas que consumiram mais do que essa quantidade não apresentaram resultados melhores.
Diretrizes
O Ministério da Saúde recomenda que produtos in natura, como frutas e legumes, devem ser a base da alimentação do brasileiro. Nos Estados Unidos, as diretrizes recomendam um consumo diário entre 1,5 e dois copos de frutas e entre dois e 2,5 copos de vegetais, o equivalente entre 400 e 800 gramas para ambos, e pode variar conforme idade e gênero de cada indivíduo.
Cozido x cru
O estudo também descobriu que o consumo de vegetais crus pode estar fortemente associado a uma redução ainda maior do risco, enquanto os vegetais cozidos mostraram um resultado mais modesto. Entretanto, a maioria das diretrizes não distingue os alimentos conforme seu modo de preparo.
Mudanças
Segundo os pesquisadores, muitas das recomendações internacionais são baseadas em dados de saúde coletados nos Estados Unidos e na Europa e há pouca pesquisa relacionada a países do Oriente Médio, América do Sul, África e Ásia, onde esses produtos são mais caros ou limitados.
“Mesmo uma pequena redução na recomendação de 400 gramas para 375 pode ter implicações importantes sobre gastos, segurança alimentar e saúde em outros países, principalmente os mais pobres”, disseram em relatório.