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Mpox continua como emergência de saúde global, decide OMS

Decisão de continuar com o mais alto nível de alerta para um surto em curso considerou o aumento de casos, assim como desafios para conter o vírus

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 22 nov 2024, 18h36

Após reunião do Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), a Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu manter status de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (PHEIC, na sigla em inglês) para mpox, zoonose viral que ficou conhecida como varíola dos macacos monkeypox. Segundo a entidade, a decisão de continuar com o mais alto nível de alerta para um surto em curso considerou o aumento de casos, assim como desafios para conter o vírus.

“Minha decisão se baseia no número crescente e na contínua disseminação geográfica dos casos, nos desafios operacionais no campo e na necessidade de montar e sustentar uma resposta coesa entre países e parceiros”, disse, em sua conta no X (antigo Twitter), Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

Um relatório com detalhes da reunião será divulgado na próxima semana, mas a OMS já solicita apoio dos países para conter o avanço da doença. Nesta semana, a entidade anunciou a liberação do uso emergencial de uma nova vacina contra a doença e que o governo do Japão se comprometeu a doar 3,05 milhões de doses do imunizante LC16m8, assim como agulhas de inoculação especializadas, para a República Democrática do Congo. A vacina, de dose única, é indicada para pessoas com mais de 1 ano.

Nova linhagem da mpox

A preocupação com o espraiamento do vírus é motivada pela nova linhagem, o clado Ib que está em surto principalmente na República Democrática do Congo. Isso porque ela causa quadros mais graves e é mais letal. Enquanto a cepa anterior, o clado II, matava 1% dos acometidos, a nova versão chega a 10%.

Diante dessa constatação e da rápida disseminação da cepa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou em agosto desde ano o retorno da emergência global para a mpox.

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Até o momento, foram confirmados casos da nova variante na República Democrática do Congo, Ruanda, Uganda, Quênia e Burundi. Suécia, Tailândia, Índia, Alemanha e Reino Unido tiveram episódios importados. A nova cepa não foi detectada no Brasil nem em outros países das Américas.

Segundo balanço da entidade com dados fechados em 3 de novembro, o mundo registrou 109.699 casos e 236 mortes por mpox em 123 países. O continente africano concentra a maior parte das notificações totalizando 11.148 casos confirmados, dos quais 3.119 foram apenas no período de 23 de setembro a 3 de novembro. A República Democrática do Congo, onde se concentram os casos da nova variante, totaliza 1.647 casos. No cálculo que inclui os episódios suspeitos, o número sobe para 10.875.

A OMS informou que o Reino Unido teve o primeiro caso de transmissão local que ocorreu de uma pessoa que viajou para o leste africano e transmitiu o vírus para três pessoas da família. Houve ainda uma infecção confirmada de um viajante na Irlanda do Norte.

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A emergência global pela doença, que causa erupções na pele e pode matar, foi declarada pela primeira vez em 2022encerrada em maio do ano passado, quando o surto foi contido e o vírus demonstrou que não estava levando a mudanças nos sintomas nem na gravidade dos casos.

Entenda a mpox

Descoberta em 1958, a mpox chegou a ser chamada de varíola dos macacos por ter sido observada pela primeira vez em primatas utilizados em pesquisa. Ela circula principalmente entre roedores, e humanos podem se infectar com o consumo da carne, contato com animais mortos ou ferimentos causados por eles.

Entre os sintomas, febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. A erupção cutânea começa geralmente no rosto e, depois, se espalha para outras partes do corpo, principalmente as mãos e os pés. A doença é endêmica em países da África central e ocidental, como República Democrática do Congo e Nigéria.

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Análises preliminares sobre os primeiros casos do surto na Europa e na América do Norte que ocorreram em 2022 demonstraram que o vírus foi detectado por serviços de cuidados primários ou de saúde sexual e os principais pacientes eram homens que fazem sexo com homens. A OMS alertou que esta não é uma doença que afeta grupos específicos e que qualquer pessoa pode contraí-la se tiver contato próximo com alguém infectado. A doença levou a 99 000 casos e 200 mortes em 116 países entre maio de 2022 e junho deste ano.

No Brasil, foram registrados mais de 10 mil casos em 2022 e 853 casos no ano passado da variante antiga. Em 2024, até 25 de outubro, foram notificados 1.495 casos.

arte Mpox

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