O Ministério da Saúde decidiu antecipar a campanha de vacinação contra a gripe em 2017. Diferentemente do que ocorreu no ano passado, quando o maior número de registros foi do vírus H1N1, neste ano a maior circulação tem sido do tipo H3N2, de acordo com a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBI), Isabella Ballalai. A médica diz que a antecipação do calendário é uma medida acertada, já que em 2016 os casos surgiram antes do esperado, o que provocou uma corrida pelas vacinas.
A campanha começará na próxima segunda-feira e vai se estender até 26 de maio. Nesse período, o Ministério da Saúde estima que 54,2 milhões de pessoas serão vacinadas em todo o país. Uma das metas é atingir 90% da população considerada de risco para complicações por gripe.
Ballalai explica que tanto o H1N1 como o H3N2 são tipos de influenza, portanto não existe um novo vírus em circulação no Brasil. Segundo ela, as variações são igualmente graves. “Não tem mais grave e nem menos grave. Por isso as vacinas são tri ou quadrivalentes, procurando proteger de três ou quatro tipos de influenza que circulam entre nós.”
De acordo com a SBI, no ano passado o H1N1 foi responsável por 90% dos casos registrados no Brasil, mas neste ano está restrito até agora a 2%. A presidente da entidade explica que o H3N2 é um vírus que já causou surtos no país em outros períodos e é o mais prevalente no hemisfério Norte. Ela explica que, apesar de a população popularmente buscar a vacina do H1N1, as doses sempre contêm os tipos H1N1, H3N2 e B.
Segundo a médica, a melhor época para a imunização é justamente o outono. “O ideal seria vacinar sempre em março e abril. A gente já tem casos graves, já tem óbitos e precisa vacinar.” Ela lembra que a vacina demora, pelo menos, de duas a três semanas para proteger quem for imunizado.