Fazer exame de mamografia como prevenção ao câncer de mama pode acabar aumentando os riscos para o tumor em algumas mulheres. Segundo pesquisa publicada no periódico British Medical Journal, a exposição à radiação pode elevar em até cinco vezes as chances de mulheres jovens com uma mutação nos genes BRCA1 e BRCA2 – responsáveis por controlar a supressão dos cânceres de mama e de ovário – desenvolverem a doença.
A exposição à radiação é um fator de risco já estabelecido para o câncer de mama na população em geral. Estudos prévios já haviam estabelecido que mulheres com mutação nos genes BRCA1/2 podem ter uma maior sensibilidade à radiação. Isso porque esses genes estão diretamente envolvidos no processo de reparo de quebras no DNA. Essa quebra pode ocorrer como uma consequência da exposição à radiação. De acordo com o estudo, os benefícios preventivos de uma exposição à radiação em jovens portadoras da mutação pode, portanto, não ser maiores que os riscos.
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Pesquisa – O Instituto do Câncer da Holanda analisou, entre 2006 e 2009, 1.993 mulheres que tinham mutações nos genes BRCA1/2 e que moravam na Holanda, França e Grã-Bretanha. Todas tinham 18 anos ou mais e foram questionadas sobre a exposição: se haviam feito raio-X ou mamografia, as idades da primeira e da última exposições, número de exposições antes dos 20 anos, entre os 20 e os 29 anos e dos 30 aos 39 anos.
Descobriu-se, então, que 43% (848) das mulheres foram diagnosticadas com câncer de mama, sendo que 48% (926) relataram nunca ter feito um raio-x e 33% (637) uma mamografia. A idade média da primeira mamografia foi de 29 anos. Um histórico de qualquer exposição a exames de radiação no peito entre os 20 e 29 anos aumentou os riscos para o câncer em 43%, e qualquer exposição antes dos 20 anos aumentou os riscos em 62%. Nenhuma associação com o câncer foi encontrada para exposições entre os 30 e 39 anos.
Para cada 100 portadoras de mutações no gene BRCA1/2 com 30 anos, nove irão desenvolver câncer de mama aos 40 anos. O número de casos teria sido cinco vezes maior se todas tivessem feito mamografia antes dos 30 anos. Os autores dizem, no entanto, que essa estimativa “deve ser interpretada com precaução, porque poucas mulheres com câncer de mama que tiveram mamografia antes dos 30 anos participaram do estudo.”
Os pesquisadores recomendam para aquelas mulheres com mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 técnicas de imagens com radiação não ionizante, como a ressonância magnética.
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*O conteúdo deste vídeo é um serviço de informação e não pode substituir uma consulta médica. Em caso de problemas de saúde, procure um médico.