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‘Lula já está conversando e não vai para UTI’, diz médico do presidente

Cirurgia para colocação de uma prótese para tratar a artrose foi realizada nesta sexta e alta pode ser na próxima terça-feira

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 set 2023, 18h44 - Publicado em 29 set 2023, 17h17

A cirurgia do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não teve nenhum tipo de problema e ele já está acordado. A informação foi transmitida em coletiva em andamento na tarde desta sexta-feira, 29, pelo médico cardiologista Roberto Kalil Filho, que acompanha a saúde do mandatário. Lula vai continuar internado por alguns dias, mas não será necessário ficar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

“O procedimento transcorreu sem intercorrências e o presidente já se encontra acordado, indo para recuperação anestésica e, nas próximas horas, irá para um apartamento, não necessitando de semi-intensiva nem UTI”, disse Kalil.

Lula foi submetido a uma cirurgia nesta sexta para colocação de uma prótese para tratar a artrose, como é conhecida a osteoartrite, no lado direito do quadril. O problema consiste no desgaste natural das cartilagens que revestem as articulações, e o procedimento cirúrgico é indicado para casos mais avançados. Segundo a assessoria da Presidência, Lula deu entrada na unidade de Brasília do Hospital Sírio-Libanês às 8h30. “A cirurgia começou ao meio-dia e terminou às 13h13.”

Após o procedimento, também foi realizada uma blefaroplastia, correção das pálpebras. “É uma coisa simples e se aproveitou o efeito anestésico. Como a cirurgia ortopédica transcorreu bem, foi feita a correção.”

Ortopedista especialista em quadril do Hospital Sírio-Libanês e cirurgião que operou Lula, Giancarlo Polesello diz que deve ser possível que Lula já possa fazer exercícios na cama, sentado e, depois, dar os primeiros passos com andador. “Geralmente, o paciente que é submetido a uma cirurgia desse porte tem problemas de equilíbrio, e isso demora umas semanas.”

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Segundo Polesello, as dores fortes que acompanhavam o presidente devem desaparecer. “A artrose dele era bastante importante. Com a operação, ele vai sentir dor nos primeiros dias e vai ter algum sintoma até a segunda semana. Da segunda até a sexta semana, esses sintomas vão diminuindo. E a tendência é de que, da sexta até a décima segunda semana, a dor deve ceder completamente.”

Sobre possíveis riscos de procedimentos dessa natureza, o ortopedista explica que podem acontecer casos raros de alergia e 1% dos pacientes podem ter infecções. As próteses costumam ter longa duração. “Hoje em dia, em 25 anos é esperado que 58% das próteses ainda estejam em vida útil.”

A previsão é de que o presidente fique internado até a próxima terça-feira, 3, e faça despachos ao longo de quatro semanas do Palácio da Alvorada, residência oficial, enquanto se recupera da cirurgia.

“Existe a recomendação de continuar despachando do Alvorada por vários motivos: necessidade de fisioterapia e de manter alguns movimentos ainda restritos, ele vai reaprender a caminhar com a prótese. E a gente não pode esquecer que está tendo um aumento de casos de Covid, que é uma preocupação nossa”, explicou a infectologista Ana Helena Germoglio, médica da Presidência da República.

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Entenda a cirurgia de Lula

Antes da cirurgia, Lula tinha feito intervenções para aliviar o desconforto, como infiltrações na região. Em julho, Kalil disse a VEJA que essas medidas são adotadas para conter a dor, mas “o tratamento definitivo é a cirurgia com a colocação da prótese”.

Polesello explica que a artrose pode ocorrer por causa de envelhecimento, alterações genéticas e traumas. Com o desgaste das cartilagens das articulações móveis, os ossos começam a entrar em atrito, levando à sensação dolorosa ao se locomover que o presidente relatava.

Na cirurgia, é feita uma incisão na região e é realizada a separação do fêmur, osso da coxa, do encaixe no acetábulo, localizado no quadril. Após a limpeza para a retirada de resíduos da cartilagem, a prótese é instalada neste ponto de junção e passa a ter a tarefa de fazer os ossos deslizarem sem fricções.

“É uma cirurgia substitutiva. A gente troca a cartilagem por prótese com duas superfícies de fricção. São superfícies articulantes que entram em contato entre si”, diz Polesello.

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Segundo o ortopedista, há uma variada gama de materiais que podem compor as próteses e a escolha é definida pelo especialista de acordo com o caso. “Há mais de 600 tipos de próteses: com ligas de cromo e cobalto, aço inox, cerâmica, polietilenos ou combinações de materiais.”

Embora seja considerado um procedimento de grande porte, cuja duração pode chegar a duas horas, é considerado seguro e a alta hospitalar não demora. “É uma técnica cirúrgica que evoluiu muito. Na década de 1970, o paciente ficava de seis a oito semanas no hospital. Agora, o paciente vai embora menos de uma semana após a cirurgia.”

Polesello afirma que a cirurgia é importante pelo fato de se tratar de uma articulação de carga ligada ao processo de locomoção. “A pessoa começa a mancar e, com osteoartrite no quadril, o outro lado é impactado, e pode afetar também a coluna e o joelho.”

Recuperação após a cirurgia

De um modo geral, no período de recuperação, o paciente não fica sem se mexer. Ainda nas primeiras 24 horas, ele é estimulado a fazer movimentos de contração nas regiões abdominal e glútea, além de ativar quadril, joelho e tornozelo, até para evitar problemas circulatórios. Serão treinadas ainda a marcha e as posições para dormir.

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Em quatro a seis semanas após o procedimento, o paciente pode caminhar sem dificuldade, e alongamentos e exercícios mais intensos podem ser incluídos na rotina pós-operatória.

De acordo com um guia de reabilitação desenvolvido por Polesello e outros especialistas, baseado em estudos científicos, atividades físicas leves, como caminhada e hidroterapia, podem ser iniciadas a partir de oito semanas. Exercícios vigorosos e de alto impacto são permitidos depois de seis meses, mas somente após avaliação médica.

O prazo de seis a oito semanas é estipulado para retomada da vida sexual e é possível voltar a dirigir em um tempo médio de oito semanas.

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