Índia deve se tornar o segundo país com maior número de casos de Covid-19
Após flexibilizar a quarentena, o país registrou recorde de 90 mil casos em um único dia
O Brasil está prestes a perder para a Índia o segundo lugar em número de contaminados pela Covid-19 no mundo, o que deve acontecer na próxima segunda-feira. Em um ranking nada alentador, nesse domingo, 6, a população brasileira tem apenas 10 mil infectados a mais que a Índia, que soma 4,1 milhão de casos e bateu o recorde global de contaminação, com 90 mil notificações em um dia. Os números são informados pelo Ministério da Saúde indiano. No sábado, 5, o Brasil registrou 30 mil novos contaminados. Em número de óbitos, no entanto, o Brasil continua à frente da Índia, ocupando o segundo lugar no ranking global. De acordo com informações da Univerdade Johns Hopkins, em primeiro vem os Estados Unidos, com 188,5 mil mortes, seguido por Brasil, com 126 mil óbitos, e Índia, com 70,6 mil.
O aumento no número de casos indianos se deve à flexibilização da locomoção em algumas regiões na semana passada para destravar a economia. Além disso, a quantidade de testes realizados vem aumentando na população. Em entrevista ao India Today TV, Randeep Guleria, diretor do Instituo de Ciências Médica da Índia em Nova Delhi, afirmou que a Covid-19 se disseminou a partir das grandes cidades, portanto ainda levará tempo para a curva se estabilizar e começar a cair no país. Agora o vírus está se espalhando por áreas rurais, onde a infraestrutura de saúde é mais deficitária.
Um dos principais focos de contaminação, com um quarto do número de casos no país, é o estado de Maharashtra, onde fica Mumbai. A cidade se caracteriza pela desigualdade social, com 40% da população vivendo em favelas. Com condições sanitárias precárias e aglomeração de pessoas, barricadas foram construídas em alguns bairros no início da pandemia para controlar o deslocamento das pessoas. “Não pode haver controle da Covid-19 na Índia sem controlar a epidemia em Maharashtra”, postou no Twitter Shamira Ravi, professora de economia e ex-conselheira do governo que vem acompanhando o aumento do número de casos no país.