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Imunidade à Covid-19 pode ser duradoura, mesmo após infecções leves

Novas pesquisas indicam que pessoas com sintomas brandos também apresentam algum nível de memória imunológica contra o vírus

Por Da redação
Atualizado em 19 ago 2020, 19h13 - Publicado em 19 ago 2020, 19h10

Um crescente corpo de evidências sugere que a imunidade desenvolvida por pessoas que foram infectadas pelo novo coronavírus pode ser duradoura, mesmo na]quelas que apresentaram formas leves da Covid-19. Novos estudos mostram que os anticorpos que combatem a doença e as células B e T, células imunológicas capazes de reconhecer o vírus em invasões posteriores, parecem persistir no organismo meses após a recuperação.

“É exatamente o que esperávamos. Todas as peças estão presentes para termos uma resposta imunológica totalmente protetora.”, disse a imunologista Marion Pepper, da Universidade de Washington e autora de um estudo sobre o assunto, ao The New York Times.

Novos estudos encontraram essas respostas em pessoas que desenvolveram casos leves ou moderados da Covid-19, o que ajudaria a descartar a preocupação de pesquisadores que temem que infecções que afetam menos o corpo sejam menos memoráveis para o sistema imunológico.

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Como o corpo responde a uma infecção

A resposta imunológico do corpo é formada por muitas “frentes”, incluindo os anticorpos, os linfócitos (células de defesa) e as citocinas. No início da pandemia, pesquisadores se concentraram nos anticorpos, proteínas em forma de Y que impedem o vírus de entrar nas células. Essas substâncias logo após um vírus entrar no corpo e diminuem conforme a ameaça se dissipa.

Mas essas substâncias representam apenas uma parte do exército de defesa. As células infectadas, por exemplo, são destruídas por outras células, os chamados linfócitos T. Há ainda um outro conjunto de células T, chamado de “auxiliares” que transformam células B em máquinas produtoras de anticorpos. A maioria dessas células B também morrem.

LEIA TAMBÉM: Por que pessoas acima do peso correm mais risco com o coronavírus

No entanto, o corpo mantém um batalhão de células B preparado caso seja necessário produzir anticorpos em massa diante de uma nova ameaça causada pelo novo vírus. Esse mecanismo é chamado de memória imunológica.

Estudos recentes encontraram anticorpos capazes de desarmar os coronavírus no sangue de pacientes haviam se recuperado há meses da Covid-19. Segundo especialistas, isso é um forte indício da presença de células B. Outros estudos foram capazes de isolar células T encontradas no sangue de indivíduos recuperados, muito tempo depois do desaparecimento dos sintomas. Quando essas células foram expostas em laboratório a fragmentos do novo coronavírus, elas enviaram sinais de combate e se clonaram para formar um novo exército pronto para atacar o inimigo.

Só é possível confirmar que a imunidade gerada pelo organismo é duradoura e capaz de proteger contra novas infecções quando a maioria das pessoas que tiveram um contato prévio com o vírus não desenvolver a doença novamente. Em relação à Covid-19, ainda não há prova de reinfecções. Pesquisadores acreditam que isso pode ser explicado justamente pela formação de uma memória imunológica. Ainda assim, são necessários mais estudos para demonstrar essa proteção em ação.

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