Idosos são maioria em UTIs para Covid-19 em São Paulo
Pesquisa do SindHosp feita em hospitais privados do estado mostra que mais de 80% dos leitos destinados à doença são ocupados por pessoas acima dos 60 anos
Uma pesquisa realizada pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp) em hospitais privados do estado concluiu que a predominância de internações por Covid-19 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) é de pacientes idosos, entre 60 e 70 anos. Segundo o levantamento, 76% dos hospitais relataram internações nessa faixa etária, enquanto 12% informaram ocupação de UTI com pacientes acima de 80 anos.
A pesquisa foi realizada de 07 a 14 de março, com a participação de 72 hospitais privados, que somam 7.937 leitos dos quais 1.650 destinados a UTIs adulto e 168 leitos de UTIs pediátricas. Dentre eles, 22% dos centros clínicos estão localizados na capital e 78% no interior paulista.
De acordo com o relatório, a prevalência de idosos nas UTIs justifica a proposta do governo em iniciar a aplicação da quarta dose da vacina nesse público, decisão que foi anunciada nesta quarta-feira, 16, pelo governador de São Paulo, João Doria.
A boa notícia é que houve uma queda substancial na internação de pacientes em UTIs para Covid. 67% dos hospitais informaram que a ocupação de leitos para a doença é de até 20%. “Conclui-se que mesmo com o último feriado, as contaminações e internações diminuíram por conta do alto índice de vacinação”, afirma o médico Francisco Balestrin, presidente do SindHosp.
A internação de crianças também está baixa: 96,7% dos hospitais da pesquisa que possuem UTIs pediátricas relatam ocupação de até 20%. E as internações em leitos clínicos seguem a mesma tendência: dos 20% de leitos clínicos para Covid-19 ocupados, 45% dos pacientes têm de 60 a 79 anos e 44% estão na faixa de 51 a 59 anos. No setor de emergência, 49% dos atendimentos referem-se a pacientes na faixa etária de 30 a 50 anos e 35% na faixa de 60 a 79 anos. E 93% dos hospitais informaram que têm capacidade instalada para aumentar os leitos destinados à Covid-19.
A pesquisa revela ainda que o maior problema nos hospitais continua sendo o afastamento de profissionais da saúde, cerca de 10%. Por outro lado, o índice de cancelamento de cirurgias eletivas é baixo: 58,5% dos hospitais relatam até 20% de cancelamentos enquanto 41,5% afirmam que não está havendo cancelamento.