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Homens e mulheres processam a dor física de maneira diferente, diz estudo

Pesquisa sugere que os tratamentos para dor devem ser adaptados a cada sexo, pois as mulheres tendem a ser biologicamente menos responsivas aos opioides

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 out 2024, 18h29
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  • Um estudo publicado na revista PNAS Nexus  pela Universidade da Califórnia, em San Diego, revela que homens e mulheres utilizam diferentes sistemas biológicos para aliviar a dor. Os homens tendem a liberar opioides endógenos, que são analgésicos naturais do corpo, enquanto as mulheres dependem de mecanismos não opioides para a redução da dor. Essa descoberta é crucial, pois indica a necessidade de desenvolver tratamentos específicos para cada sexo, o que pode melhorar a eficácia das intervenções e reduzir o risco de dependência de opioides.

    A pesquisa analisou dados de dois ensaios clínicos que envolveram 98 participantes, incluindo pessoas saudáveis e aquelas diagnosticadas com dor lombar crônica. Os participantes passaram por um programa de treinamento em meditação e, durante as sessões, foram expostos a estímulos térmicos dolorosos, enquanto recebiam placebo ou uma dose alta de naloxona, um medicamento que bloqueia a ação dos opioides, tanto sintéticos quanto endógenos, ou seja, naturais do corpo.

    Os resultados do estudo mostraram que:

    Consequências para o tratamento

    Fadel Zeidan, professor de anestesiologia e um dos pesquisadores do estudo, enfatizou a importância de considerar essas diferenças biológicas nas abordagens para a dor. “Os resultados ressaltam a necessidade de terapias para a dor que sejam específicas para cada sexo, pois muitos dos tratamentos que utilizamos não são tão eficazes para as mulheres quanto para os homens,” afirmou, em nota.

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    Além das descobertas sobre os mecanismos de alívio da dor, o estudo também aponta para um aumento na probabilidade de dependência de opioides entre as mulheres. Como elas podem ser biologicamente menos responsivas aos opioides, podem precisar de doses mais altas para obter alívio, o que aumenta o risco de dependência e abuso.

    Essas diferenças de gênero na resposta à dor têm implicações significativas para a prática clínica. Atualmente, muitos tratamentos de dor são baseados em pesquisas que incluem predominantemente homens, o que pode resultar em abordagens inadequadas para as mulheres. As evidências sugerem que os profissionais de saúde devem estar cientes dessas disparidades e adaptar seus métodos de diagnóstico e tratamento com base no sexo do paciente.

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