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Fim da linha para estimulação elétrica cerebral e a depressão?

Estudo concluiu que tratamento não é melhor que placebo; dispositivo é considerado controverso

Por Diego Alejandro
16 ago 2023, 17h08
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  • Um novo estudo descobriu que a estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS) não é melhor do que placebo (tratamento simulado) para o tratamento da depressão. A pesquisa foi conduzida por uma grande equipe de pesquisadores da Ludwig-Maximilians-Universität München, na Alemanha, e publicada no periódico The Lancet.

    “A tDCS ativa não foi superior à estimulação simulada durante um período de seis semanas. Nosso estudo não apóia a eficácia do tDCS como um tratamento adicional aos inibidores da recaptação da serotonina (ISRS) em adultos com transtorno depressivo maior”, concluíram os autores.

    O tDCS é um dos vários dispositivos controversos de estimulação cerebral ou “neuromodulação”, que também incluem a estimulação magnética transcraniana (TMS). O TMS envolve o uso de uma grande máquina para fornecer pulsos elétricos ao cérebro, enquanto o tDCS é um pequeno aparelho, portátil e movido a bateria, ligado aos eletrodos fixados no couro cabeludo, criando um circuito elétrico de corrente muito baixa, 2 miliampere (mA) aproximadamente, que atravessa o cérebro.

    Embora o TMS seja aprovado pela agência americana Food and Drug Administration (FDA) para o tratamento de depressão e TOC, o tDCS não recebeu liberação do órgão para nenhuma indicação. Às vezes, os dispositivos tDCS são comprados online e usados em casa por pessoas que se autodenominam “biohackers”, embora os sites geralmente incluam a ressalva de que os usuários não devem usá-los pessoalmente “para fins médicos”.

    O assunto está na boca dos cientistas desde um artigo influente de 2000 que demonstrou os efeitos modulatórios do tDCS na excitabilidade cortical em humanos, despertando mais interesse e pesquisa no campo. Agora, o “buzz zaping”, nome popular do dispositivo, é usado para auxiliar desde a “clareza mental” enquanto tratamentos contra a Covid-19, TDAH e até mesmo doença de Alzheimer.

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    Entretanto, todo o campo tem solo frágil, no qual não se sabe onde pisar firmemente. Para isso, pesquisas robustas como a publicada no periódico The Lancet são vitais para a progressão do tDCS como algo seguro e efetivo, de acordo com a ciência.

    O estudo

    O ensaio incluiu 150 pessoas com depressão resistente ao tratamento, o que significa que, pelo menos, um antidepressivo inibidor da recaptação da serotonina (ISRS) falhou em melhorar a condição. 

    A intenção do estudo era verificar se o tDCS, como adjuvante do tratamento ineficaz com ISRS, resultaria em uma melhora nas escalas de avaliação da depressão.

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    Os participantes receberam sessões de tratamento todos os dias durante quatro semanas e depois duas sessões adicionais por semana durante mais duas semanas (seis semanas de tratamento no total).Durante sua extensão, eles continuaram com o medicamento ineficaz durante o tratamento.

    O estudo foi triplo-cego, o que significa que nenhum dos envolvidos sabia se os participantes estavam recebendo tDCS real ou simulado. Também foi realizado em oito hospitais diferentes na Alemanha, o que ajuda a validar os resultados no mundo real.

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