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Falta de exercício é pior para a saúde do que o cigarro, diz estudo

De acordo com pesquisadores, o sedentarismo aumenta em até 500% a probabilidade de morte prematura

Por Da Redação
Atualizado em 22 out 2018, 17h59 - Publicado em 22 out 2018, 17h01

Não se exercitar regularmente traz mais prejuízos para a saúde do que tabagismo, diabetes e doenças cardiovasculares, revela estudo publicado recentemente no periódico JAMA Network Open. Para os pesquisadores, o sedentarismo deveria ser tratado como uma doença para qual o tratamento é a atividade física, assim, um número maior de pessoas passaria a se exercitar com maior frequência. A pesquisa ainda salientou que o exercício pode ser benéfico para pessoas de qualquer idade e sexo, embora sejam mais pronunciado nas mulheres.

O hábito de manter-se fisicamente ativo também pode aumentar a expectativa de vida — em comparação com pessoas ativas, os sedentários apresentam risco 500% maior de morte prematura — e diminuir gastos com saúde. “Doenças cardiovasculares e diabetes são as doenças mais caras (nos Estados Unidos). Em vez de pagar somas enormes pelo tratamento de doenças, devemos incentivar os pacientes e comunidades a se exercitarem diariamente”, disse Jordan Metzl, do Hospital for Special Surgery, nos Estados Unidos, à CNN.

Para chegar a essa conclusão, a equipe de pesquisadores da Fundação Clínica de Cleveland, nos Estados Unidos, avaliou o desempenho físico — por meio de uma rotina de exercícios na esteira — de 122.007 pessoas. Os voluntários passaram por testes de stress, que levaram em consideração idade, sexo, altura, peso e índice de massa corporal (IMC), além de medicamentos utilizados e comorbidades (diabetes, hipertensão, hiperlipidemia, doença renal terminal e tabagismo).

Exercite-se

Segundo a revista Time Health, após oito anos de acompanhamento, a principal conclusão do estudo foi o papel da atividade física na longevidade. Os resultados também mostraram que pessoas que se exercitam demais não apresentam maior risco de morte, contrariando o que se acreditava previamente. “Uma vez liberados por seus médicos, os pacientes não devem ter medo da intensidade do exercício”, disse Metzl. 

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Para a equipe, a aptidão cardiorrespiratória está inversamente associada à mortalidade a longo prazo, ou seja, uma boa respiração durante a realização de atividades físicas indica maior expectativa de vida. A alta aptidão aeróbica (bom desempenho durante exercício) foi associada à maior sobrevida e trouxe inúmeros benefícios para pacientes idosos e/ou hipertensos.

Por outro lado, a falta de exercício pode ser extremamente perigosa. “Não ter aptidão física (capacidade de realizar atividades com tranquilidade e menor esforço) para exercícios físicos deve ser considerado um fator de risco para mortalidade da mesma forma que doenças, como hipertensão, diabetes e tabagismo — se não for mais forte do que todas elas”, alertou Wael Jaber, principal autor do estudo, à CNN.

Maior mortalidade

De acordo com os cientistas, o dado mais impressionante encontrado no estudo é o fato da falta de atividade física ser tão prejudicial à saúde quanto doenças graves. O risco de morte para os participantes que tiveram baixo desempenho nos testes foi maior do que a de pacientes diagnosticados com insuficiência renal e passavam por diálise semanal. Já indivíduos que passam muito tempo sentados apresentaram risco três vezes maior do que o de fumantes.

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No resultado geral, a falta de exercício físico aumentou em 500% a probabilidade de morte. Quem se exercita pouco teve um risco 390% mais elevado do que pessoas que se exercitam regularmente. Esses números são preocupantes, especialmente diante do relatório divulgado no mês passado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que revelou que 1,4 bilhão de pessoas são sedentárias em todo o mundo.

“Sedentarismo e estilos de vida ocidentais têm levado a maior incidência de doenças cardíacas e isso (novo estudo) mostra que é modificável. Nós estamos destinados a andar, correr, se exercitar”, comentou Satjit Bhusri, cardiologista do Hospital Lenox Hill, nos Estados Unidos, à CNN.

Inatividade física e câncer de mama

Um estudo brasileiro, publicado recentemente, mostrou que a falta de atividade física é responsável por 12% das mortes por câncer de mama. Segundo o Ministério da Saúde, uma em cada dez vítimas de câncer poderiam ter a vida poupada se praticassem 150 minutos de atividade física por semana.

O que fazer?

As diretrizes internacionais recomendam a realização de, no mínimo, 150 minutos semanais de exercícios moderados, como uma caminhada rápida, ou 75 minutos de atividade física intensa, como uma corrida. Essa quantidade pode ser dividida em treinos de duas a cinco vezes por semana.

Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), indica a realização de 150 minutos  semanais de exercícios aeróbicos moderados associados a atividades de fortalecimento muscular, duas vezes por semana. Exercícios de resistência, como treinos funcionais, que utilizam o peso do próprio corpo, ou musculação, também são importantes para a aptidão física. Por isso, o ideal é intercalar os aeróbicos (corrida, caminhada, natação e bicicleta) com exercícios de resistência, pelo menos duas vezes na semana.

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