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The Lancet estima 17,7 milhões de mortos pela Covid-19 em dois anos

Comissão de cientistas critica governos e OMS por falhar no controle da pandemia: "enorme tragédia"

Por Diego Alejandro
Atualizado em 16 set 2022, 16h55 - Publicado em 15 set 2022, 19h08
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  • O número de mortos por Covid-19 é “uma profunda tragédia e um enorme fracasso global em vários níveis”, disse a Comissão Lancet Covid-19, em um relatório na quarta-feira, 14.

    O grupo de cientistas considera criticamente a resposta global aos dois primeiros anos da pandemia de Covid-19, citando falhas generalizadas de prevenção, transparência, racionalidade, prática básica de saúde pública e cooperação operacional e solidariedade internacional, que resultaram em cerca de 17,7 milhões de mortes (incluindo os não informados). O número oficial, segundo os relatórios governamentais, é de 6,52 milhões.

    “Muitos governos falharam em aderir às normas básicas de racionalidade institucional e transparência. E muitas pessoas – muitas vezes influenciadas por desinformação – desrespeitaram e protestaram contra precauções básicas de saúde pública. As principais potências do mundo falharam em colaborar para controlar o pandemia”, escreveram os comissários.

    O despreparo, segundo a publicação, se deu, também, na pouca atenção aos grupos mais vulneráveis ​​em suas sociedades, principalmente, pelo acesso desigual à vacinação, levando ao aumento acentuado das desigualdades sociais.

    O relatório da Comissão Lancet é dirigido aos estados membros da Organização das Nações Unidas, agências da ONU e outros, incluindo o G20 e o G7.

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    O relatório faz várias recomendações, incluindo a coordenação global dos esforços para acabar com a pandemia com os países mantendo uma estratégia de vacinação adicional; intensificação da busca pelas origens do vírus pela Organização Mundial da Saúde (OMS), governos e comunidade científica; um fortalecimento geral da OMS; vias duplas para prevenir futuras doenças infecciosas emergentes que visam prevenir repercussões naturais e relacionadas à pesquisa; e fortalecimento dos sistemas nacionais de saúde.

    A OMS emitiu uma resposta no mesmo dia, dizendo que o relatório contém “várias omissões e interpretações errôneas” sobre sua resposta inicial e esforços em andamento. Mas a organização “saúda as recomendações abrangentes” listadas no relatório e observa que alguns de seus objetivos são compartilhados pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

    O estudo foi elaborado por 28 especialistas mundiais em políticas públicas, governança, epidemiologia, vacinação, economia, finanças internacionais, sustentabilidade e saúde mental. Ainda colaboraram 11 forças-tarefa globais e mais de 100 colaboradores. A comissão especificou que não é “um grupo investigativo, nem um corpo de especialistas biomédicos”, mas se concentrou em políticas baseadas na ciência, cooperação global e finanças internacionais, a fim de propor “guias para fortalecer o sistema multilateral para lidar com emergências globais e alcançar o desenvolvimento sustentável”.

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    Abaixo, os números da vacinação no Brasil:

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