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Expansão da telemedicina será inevitável com novas tecnologias para exames

No Brasil, entretanto, precisaremos antes ampliar o acesso à internet para a modalidade vingar de vez

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 14h36 - Publicado em 8 jan 2021, 06h00
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  • A pandemia do novo coronavírus deixou marcas indeléveis e acelerou movimentos que apenas engatinhavam. Depois dela, a medicina nunca mais será a mesma, em uma das mais fascinantes viradas da história. Bem-vindo à era da telemedicina, a interação entre os profissionais de saúde e pacientes por meio de smartphones, tablets e computadores, que até então era restrita a casos específicos e emergenciais ou a iniciativas experimentais. Em 2019, o Conselho Federal de Medicina havia aprovado o recurso. Contudo o receio, somado ao tabu e a boa dose de corporativismo, fez com que a ideia permanecesse nas gavetas e nos tribunais. O ano de 2020 fez a história mudar, e já não há dúvida: o atendimento a distância é tendência incontornável, amparada em evidente estatística.

    No ano passado, 1,3 milhão de teleconsultas foram realizadas em apenas seis meses pela principal startup do setor no Brasil. Prevê-se, para 2021, um salto para 2 milhões de contatos virtuais. O extraordinário crescimento bebe da tecnologia de ponta e de investimento na realização de exames, sobretudo. Como o médico pode avaliar a saúde de um doente remotamente? O Hospital Albert Einstein, de São Paulo, aplicou 25 milhões de reais em equipamentos que oferecem segurança e excelente conexão. O grupo Prevent Senior, que lida sobretudo com pacientes idosos, criou uma sala de 350 metros quadrados para os médicos acompanharem virtualmente as mais variadas especialidades. Faltaria, nesse quebra-cabeça, uma peça: a possibilidade de acompanhamento eletrônico doméstico.

    arte medicina

    E na era do selfie, em que quase tudo está na palma da mão, houve também inovação no zelo com o corpo. A Care Plus oferecerá o Tyto. O dispositivo estará disponível no Brasil já a partir deste mês de janeiro e permitirá ao próprio paciente examinar seus pulmões, coração, garganta e ouvidos durante a consulta e enviar para o médico os dados registrados. Muito em breve, chegarão os chamados “dispositivos vestíveis” (tradução do termo em inglês wearables) — como relógios, pulseiras e anéis serão capazes de rastrear de forma precisa as condições metabólicas e as encaminharão ao doutor. E, em futuro próximo, até mesmo as casas serão transformadas em espaços de monitoramento. O piso poderá ser revestido de sensores que detectam uma queda repentina. O espelho do banheiro terá tecnologia para verificar a visão e a pele, em busca de problemas. Sensores de sono podem ser instalados debaixo do colchão para aferir a qualidade do descanso, verificando o ronco e a apneia. Assistentes virtuais, como Alexa e Google Home, ajudarão a detectar doenças por meio da voz dos usuários.

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    Há, no entanto, no Brasil uma barreira: a escassez de acesso digital. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um em cada cinco lares brasileiros não tem conexão com a internet. Nas áreas rurais, metade das casas está fora do universo on-line. Nada que não possa ser vencido, especialmente em nome da saúde.

    Publicado em VEJA de 13 de janeiro de 2021, edição nº 2720

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