EUA registram primeiro caso de monkeypox em grávida
Transmissão do vírus pode ocorrer por placenta, mas mãe e bebê estão bem, segundo representante do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC)
O primeiro caso de monkeypox, que ficou conhecida como varíola dos macacos, em uma mulher grávida foi confirmado nos Estados Unidos. A confirmação foi feita pelo diretor-médico da Divisão de Prevenção do HIV do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), John Brooks, durante evento da Sociedade Americana de Doenças Infecciosas no último sábado, 23. No mesmo dia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (PHEIC, na sigla em inglês) para a doença.
“Houve o caso de uma mulher que deu à luz e nós sabemos que a infecção pode ocorrer por meio da transferência placentária, mas, neste caso que temos conhecimento, isso não ocorreu. Mãe e bebê estão bem”, afirmou Brooks. O recém-nascido recebeu medicação profiláxica.
Até o momento, 18,8 mil casos da zoonose viral foram registrados desde maio em 78 países e cinco mortes foram relatadas à OMS. Os levantamentos apontam que 98% das infecções foram notificadas entre homens que fazem sexo com homens.
Em crianças, até o momento, foram divulgados três casos. Dois foram detectados nos Estados Unidos e divulgados pela diretora do CDC Rochelle Walensky na última sexta-feira, 22. O rastreamento apontou ligação com indivíduos da comunidade de homens que fazem sexo com homens. Segundo ela, as crianças estavam bem.
Outro episódio foi de uma criança com menos de dez anos diagnosticada no fim de junho na Holanda. Ela apresentou mais de 20 lesões na cabeça, dorso, coxas e antebraços. As vesículas apareceram na criança após uma viagem de uma semana para a Turquia e a possibilidade de abuso sexual foi descartada por uma bateria de exames. A fonte da infecção não foi identificada, porque os pais e dois irmãos da criança testaram negativo para a doença.
Monkeypox
Descoberta em 1958, a monkeypox (varíola dos macacos) recebeu este nome por ter sido observada pela primeira vez em primatas utilizados em pesquisa. Ela circula principalmente entre roedores e humanos podem se infectar com o consumo da carne, contato com animais mortos ou ferimentos causados por eles.
Entre os sintomas, estão: febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. A erupção cutânea começa geralmente no rosto e, depois, se espalha para outras partes do corpo, principalmente as mãos e os pés. Antes do surto, a doença era considerada endêmica em países da África central e ocidental, como República Democrática do Congo e Nigéria.
Análises preliminares sobre os primeiros casos do surto na Europa e na América do Norte demonstraram que o vírus foi detectado por serviços de cuidados primários ou de saúde sexual e os principais pacientes eram homens que fazem sexo com homens. No entanto, a OMS já alertou que esta não é uma doença que afeta grupos específicos e que qualquer pessoa pode contraí-la se tiver contato próximo com alguém infectado.