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EUA atingem recorde de suicídios, mesmo com queda entre os jovens

O Centro Nacional de Estatísticas de Saúde registrou quase 50.000 suicídios no ano passado, um aumento de 2,6% em relação ao ano anterior

Por Diego Alejandro
Atualizado em 5 dez 2023, 18h10 - Publicado em 5 dez 2023, 18h05

Em 2022, os Estados Unidos bateram o recorde de mortes por suicídio desde 1941. É o que mostram os dados provisórios dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC): pelo menos 49.449 vidas foram perdidas por lesões autoprovocadas e intencionais, o que equivale a mais de 14 mortes para cada 100.000 pessoas.

A partir desses dados, também se elaborou o perfil das pessoas que tiraram a própria vida. Homens, por exemplo, são quatro vezes mais propensos a cometer suicídio do que as mulheres, com índices ainda mais altos entre os mais velhos. Mesmo assim, no ano passado, a taxa de suicídio aumentou duas vezes mais entre o sexo feminino, com alta significativa para as mulheres brancas com idades entre 25 e 34 anos.

Queda entre os jovens

Apesar do aumento global, os dados provisórios de 2022 nos EUA mostram sinais de melhoria nas taxas entre crianças e adolescentes. O índice de suicídio entre crianças de 10 a 14 anos caiu 18% e entre jovens de 15 a 24 anos, 9%. Nessa estatística também aparece um número maior para os homens.

Armas de fogo

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Mais da metade de todos os suicídios em território americano envolveram armas de fogo. De acordo com uma análise do Johns Hopkins Center for Gun Violence Solution, houve um aumento de 11% nas mortes provocadas por armas de fogo entre 2019 e 2022, o que corresponde a 8,1 por 100.000 pessoas.

Os homens também constituíram maioria nesse quesito: cerca de 87% dos óbitos.“Os suicídios armados continuam a ceifar a vida de homens brancos idosos em taxas elevadas e, cada vez mais, a vida de adolescentes negros”, disse Ari Davis, conselheiro político da instituição.

Os índios americanos e os nativos do Alasca também viram os suicídios dessa natureza crescerem em suas comunidades: um salto de 66%. Entre as mulheres, a preocupação maior é com as afro-americanas que experimentaram um aumento de 75% no número de suicídios por arma de fogo ao longo de três anos.

Sem apoio

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Muitos procuram enraizar o problema em bases econômicas, culturais, antropológicas ou espirituais. Autores como, J.D. Vance em Hillbilly Elegy e Charles Murray em Coming Apart, atribuíram as taxas crescentes de suicídios por desespero ao declínio de oportunidades, comunidades fraturadas e perda de identidade, o que resultou em um amplo sentimento de desesperança em todos os EUA.

Por lá, os tratamentos para a saúde mental são difíceis de acessar, o que leva cerca de metade da população a viver sem poder contar com profissionais qualificados, dependendo de médicos de família ou não recebendo cuidado nenhum – algo preocupante em uma população que tem mais de 12 milhões de pessoas relatando que já teve pensamentos de suicídio.

Prova disso é a Suicide & Crisis Lifeline, que registrou um aumento enorme no número de ligações, esgotando seus recursos. Embora tenha atendido quase 2.000.000 de chamadas em 2021, mais de 300.000 ficaram sem resposta.

Ainda assim, algumas pesquisas sugerem que muitos adultos nos EUA não sabem que podem ligar, enviar mensagens de texto ou um bate-papo on-line para entrar em contato com conselheiros licenciados e treinados para acalmar uma crise e fornecer apoio emocional a essas pessoas.

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