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Jovens usam códigos para promover a anorexia nas redes

No Twitter, a hashtag 'borboletana' acompanha relatos sobre o cotidiano de meninas com transtornos alimentares e como elas fazem para emagrecer

Por Marina Felix Atualizado em 29 nov 2017, 16h24 - Publicado em 26 nov 2017, 22h18

Meninas jovens, com idade entre 11 e 20 anos, que sofrem de distúrbios alimentares têm utilizado códigos secretos e linguagem própria para falar sobre a rotina da anorexia e da bulimia nas redes sociais. A prática, conhecida como “pró-ana” (pró-anorexia) ou “pró-mia” (pró-bulimia), é feita pelas próprias adolescentes, que por meio de relatos compartilham o que comem, dão dicas de remédios laxativos e técnicas de emagrecimento para outras meninas, inclusive garotas “iniciantes” nesses comportamentos.

Segundo uma pesquisa realizada pela empresa iCustomer, especializada em estratégias de marketing digital, e obtida com exclusividade por VEJA, a hashtag ‘borboletana’ funciona como um código secreto para falar sobre anorexia. Entre maio e junho deste ano foram identificadas 28.000 menções com o código no Twitter, feitas por 11.000 meninas e que contaram com um alcance de 1,7 milhão de pessoas. Nos relatos, elas contam detalhes do que fazem para se manterem cada vez mais magras.

Hashtags em códigos

O prefixo ‘borbolet’ refere-se a uma borboleta, uma metáfora para a perfeição que buscam atingir, e o sufixo ‘ana’ refere-se à anorexia. De acordo com o levantamento, o termo foi criado pelas garotas na própria rede social e tem se propagado entre as adeptas da pró-ana.

Outros códigos – a maioria em inglês – que fazem alusão à doença também foram identificados. Os mais citados foram os termos ‘NF’, que em inglês significa ‘no food’, e em tradução livre para o português ‘sem comida’ e ‘ED’, (eat disorder ou transtorno alimentar, em português) e ‘low food’, que em português significa pouca comida.

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O uso das hashtags está muito relacionado à possibilidade de comunicação entre as pessoas que as utilizam, neste caso, garotas que possuem distúrbios alimentares. Em algumas publicações, meninas pedem dicas de medicamentos que promovem a perda de peso.

Baixa autoestima

O conteúdo de algumas das publicações que acompanham esses códigos mostram uma tendência para a baixa autoestima, depressão e pensamentos suicidas das adolescentes. Muitas pedem opinião das outras usuárias.

Transtornos alimentares

A anorexia e a bulimia nervosa são doenças classificadas como distúrbios alimentares que distorcem a forma como a pessoa vê o próprio corpo, e, se não tratadas, podem levar à morte.

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A primeira é caracterizada pela necessidade constante de perder peso e pelo medo de engordar, através de dietas rígidas. Enquanto isso, a bulimia consiste na indução do vômito depois de refeições – principalmente após episódios de descontrole, em que a pessoa se arrepende de ter comido.

De acordo com estudos sobre o tema, mulheres e meninas adolescentes são as mais afetadas. Apenas 0,1% dos casos acontecem com meninos. As causas dessas doenças podem estar associadas às pressões sociais e estéticas, distúrbios emocionais, depressão, ansiedade e transtorno obsessivo-compulsivo.

 

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