Um estudo realizado no Brasil é o segundo a nível mundial a associar a falta de vitamina D no organismo aos casos graves da Covid-19. Conduzida apenas com pacientes idosos pelo nutrólogo Thiago José Martins Gonçalves, médico da Prevent Senior e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (Braspen), a pesquisa mostrou que 94% dos pacientes intubados por causa do novo coronavírus tinham índices baixos da vitamina D, que hoje já é considerada um hormônio. O estudo foi feito com base em 176 pacientes tratados na rede Prevent Senior.
O levantamento foi publicado na revista Clinical Nutrition, da Sociedade Europeia de Nutrição Clínica e Metabolismo (Espen) e avaliou 176 pacientes com idade média de 72 anos. “Manter níveis adequados de vitamina D passa a ser importante neste momento de pandemia”, explica o especialista.
A deficiência de vitamina D é considerada comum no Brasil e no mundo, por motivos ainda em estudo. O composto já presente no nosso corpo é ativado na exposição ao sol, mas pode ser adquirido também através da alimentação. Há ainda a possibilidade de suplementação, mas associações médicas só recomendam isto para pessoas com condições específicas — idosos com mais de 60 anos; gestantes e lactantes; pessoas com as chamadas doenças osteometabólicas, como raquitismo; entre outras.
Um dos estudos mais recentes sobre o assunto, publicado no último dia 27 no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, concluiu que 80% dos pacientes com coronavírus em um hospital na Espanha apresentaram deficiência do hormônio. Embora mostre apenas uma associação e não uma relação de causa e consequência, os resultados sugerem que identificar se há deficiência de vitamina D em pacientes com Covid-19 pode ajudar a melhorar o prognóstico.