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Entenda doença de Justin Bieber e a falsa relação com vacina contra Covid

Síndrome de Ramsay Hunt é causada pelo mesmo vírus da catapora e possui tratamento

Por Sabrina Carmo
Atualizado em 13 jul 2022, 17h09 - Publicado em 15 jun 2022, 16h38

A notícia do cancelamento dos shows da turnê mundial do cantor Justin Bieber, no último dia 7, após seu diagnóstico de Síndrome de Ramsay Hunt logo virou munição para que grupos antivacina disseminassem informações falsas sobre a relação entre a condição e a imunização contra a Covid-19. Na sexta-feira, 10, o cantor publicou um vídeo mostrando seu rosto paralisado e explicou para os fãs que a síndrome era causada por um vírus, além de se tratar de uma infecção que atinge os nervos do rosto e do ouvido.

A Síndrome de Ramsay Hunt é causada pelo vírus varicela-zóster (VZV), o mesmo vírus responsável por causar a catapora, também chamada de varicela, e a herpes-zóster, infecção mais conhecida como cobreiro.

“O vírus varicela-zóster pode causar a catapora em crianças e a sua reativação pode causar o cobreiro. Também pode causar a Síndrome de Ramsay Hunt, dependendo de onde o vírus está alojado e de que variante desse vírus nós estamos falando. São várias condições que podem acabar surgindo, fruto da reativação desse vírus”, explica Mellanie Fontes-Dutra, biomédica e pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Qualquer pessoa que tenha contraído o vírus, caso de pessoas que tiveram catapora, corre o risco de desenvolver a síndrome. O vírus pode permanecer inativo no corpo, mais especificamente dentro dos nervos, por anos e ser reativado com a queda de imunidade, como em tratamentos de quimioterapia ou períodos de estresse intenso. Pessoas imunossuprimidas, com diabetes, crianças e idosos têm risco aumentado de apresentar a reativação do vírus.

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Apesar do que vem sendo compartilhado nas redes sociais, não há comprovação de que a síndrome esteja relacionada com as vacinas contra a Covid-19. A pesquisadora explica: “Não há nenhuma evidência associando a vacinação a qualquer manifestação relacionada à reativação desse vírus. A gente sabe que a causa é a infecção [pelo vírus varicela-zóster] e a sua reativação. Não tem nenhuma evidência de que a vacina esteja envolvida nessa reativação, quando mais na causa”.

Ela também comentou sobre esse tipo de desinformação: “O que eu vejo que muitas pessoas falam é que a vacina poderia causar uma queda na imunidade da pessoa e reativar o vírus, mas isso a gente também já sabe que não acontece. A vacina não causa queda na imunidade da pessoa, ela não causa nenhum tipo de imunossupressão. A vacina, pelo contrário, estimula as defesas do organismo para que o organismo crie mais defesas”.

Entre os sintomas da síndrome, estão: paralisia da musculatura do rosto, dor de ouvido intensa, manchas ou bolhas na região do ouvido e zumbidos. A condição é tratada com remédios antivirais e corticoides, podendo ser utilizados também medicamentos contra a dor para aliviar os sintomas.

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A vacina contra a Síndrome de Ramsay Hunt existe e é oferecida a partir dos 50 anos, idade em que há um maior risco de desenvolver a doença. “[O imunizante] pode também ser administrado para conferir uma proteção adicional nesse caso. Ela é licenciada aqui no país e é recomendada como rotina para maiores de 60 anos de idade, segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)”, diz Mellanie.

O imunizante contra a catapora, cuja primeira dose é aplicada em crianças de 15 meses, é efetivo para evitar a infecção. Segundo a biomédica, além de proteger contra a varicela, também vai evitar todas as complicações tardias que podem ocorrer. Ela ressalta a importância da vacina durante a infância, principalmente porque atualmente as coberturas vacinais para catapora estão baixas.

“Esses dois imunizantes podem reduzir esse risco. Mesmo a criança tendo catapora, se recuperando, existe o risco de o vírus permanecer ‘dormente’ no organismo, adormecido no organismo, podendo causar alguma coisa futura. É um aviso, um alerta para os pais levarem seus filhos para vacinar e completar as vacinas recomendadas de acordo com a faixa etária pela SBIm, porque isso, além de conferir uma proteção durante o desenvolvimento dessa criança, também pode reduzir riscos depois na vida mais adulta.”

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