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Dor crônica aumentou entre adultos desde o início da pandemia, aponta estudo

Aumento na dor crônica nos Estados Unidos estaria ligado a fatores como o isolamento social, o sedentarismo e a falta de acesso a tratamentos adequados

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 nov 2024, 18h56 - Publicado em 27 nov 2024, 18h55

A dor crônica, caracterizada por desconforto persistente na maioria dos dias ao longo de três meses, afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, especialmente nos Estados Unidos. Um estudo recente, publicado na revista Psychological Bulletin, baseado em dados da pesquisa National Health Interview Survey (uma pesquisa nacional realizada anualmente nos EUA para coletar informações sobre a saúde da população), revelou que, desde 2019, a incidência de dor crônica entre adultos aumentou de 21% para 24%, afetando aproximadamente 10 milhões de pessoas a mais. Esse aumento está relacionado a uma série de fatores sociais e médicos, agravados pela pandemia de covid-19.

O estudo comparou os dados de 2019, 2021 e 2023 e descobriu que, enquanto as taxas de dor crônica se mantiveram estáveis entre 2019 e 2021, houve um aumento significativo em 2023. Neste ano, cerca de 60 milhões de adultos nos Estados Unidos estavam vivendo com dor crônica e 21 milhões desses casos eram de dor crônica de alto impacto, que limita severamente as atividades diárias. O aumento foi observado em diferentes partes do corpo, como nas costas, cabeça, ombro, abdômen e articulações, com exceção das dores dentárias e na mandíbula.

Impacto do isolamento social e do sedentarismo

Especialistas apontam que o isolamento social durante as restrições da covid teve um papel crucial nesse aumento. A falta de acesso a tratamentos adequados, aliada ao aumento do sedentarismo, contribuiu para que dores agudas se transformassem em crônicas. Isso ocorreu especialmente durante os períodos de quarentena, quando muitas pessoas ficaram mais reclusas, o que dificultou o acompanhamento médico e a prática regular de atividades físicas. A pesquisa também destacou que a pandemia gerou um aumento no estresse e na ansiedade, o que pode ter intensificado a percepção de dor.

Além disso, a falta de atividade física é conhecida por aumentar o risco de dores musculoesqueléticas, especialmente nas articulações e músculos. Durante os períodos de confinamento, muitas pessoas reduziram drasticamente seu nível de atividade, o que pode ter contribuído para o agravamento de dores existentes ou o surgimento de novas.

Covid longa

Embora a covid longa, uma condição onde os sintomas da infecção persistem por meses, tenha contribuído em muitos casos, a pesquisa conclui que ela não explica todo o aumento nas taxas de dor crônica. Estima-se que apenas 15% do aumento seja atribuível à condição.

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Isso sugere que outras mudanças sociais e comportamentais, como o aumento do sedentarismo e a dificuldade no acesso a cuidados médicos, desempenharam papéis igualmente importantes no aumento da dor crônica entre os adultos.

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