Passados sete meses desde o início da pandemia, as empresas farmacêuticas — por vezes amparadas por grandes laboratórios e instituições de ensino — estão em franco de avanço para o desenvolvimento de um imunizante que neutralize a Covid-19. Atualmente, são doze imunizantes na fase mais avançada de desenvolvimento (a terceira etapa), dois deles, desenvolvidos pelas empresas Moderna e Pfizer, já apresentaram resultados preliminares dos testes em voluntários que apontam eficácia de 94,5% e 90% respectivamente.
Apesar dos grandes investimentos governamentais previstos para as vacinas, os preços a serem praticados para a venda desses medicamentos ainda não foram totalmente fechados, mas há valores iniciais. A empresa de biotecnologia Moderna , por exemplo, anunciou que as doses teriam um custo entre 32 e 37 dólares (algo entre 171 e e 197 reais na cotação atual). Outro valor recentemente conhecido foi o do imunizante desenvolvido pela Sinovac Life Science, desenvolvido em parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo. Em ofício assinado (e depois suspenso) pelo Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o preço previsto para cada uma das 46 milhões doses orçadas era de 10,30 dólares (cerca de 55 reais).
É importante lembrar que diante da emergência de saúde, pelo menos a Astrazeneca e a Johnson & Johnson, a frente de testes de imunizantes, se comprometeram a não obter lucro na disponibilização da vacina ao longo da pandemia. De acordo com o jornal Financial Times, no entanto, as doses da vacina da Astrazeneca foram vendidas por um valor entre 3 e 4 dólares (algo entre 16 e 21 reais) para a União Europeia.
Em entrevista à rádio francesa France Inter, um executivo sênior da Sanofi disse que o imunizante desenvolvido em parceria com a GSK, que ainda está na fase de testes 1/2, custará menos de 10 dólares. A Pfizer e a BioNTec, firmaram um contrato de 1,95 bilhão de dólares com os Estados Unidos para fornecer 100 milhões de doses de sua vacina candidata baseada em mRNA, o que equivale a um custo de 19,5 dólares para cada unidade (cerca de 104 reais).
A vacina desenvolvida pela Johnson & Johnson, que acaba de chegar à fase 3 de testes clínicos, custará em média 10 dólares (cerca de 53 reais) no acordo com o governo americano. O regime de aplicação em avaliação é o único, até o momento, que prevê apenas uma dose. O imunizante da startup de biotecnologia Novavax, tem, para os Estados Unidos, um custo aproximado de 16 dólares (cerca 85 reais) por dose.
A um jornal chinês, o CEO da farmacêutica estatal chinesa Sinopharm, Liu Jingzhen, chegou a dizer que a vacina contra a Covid-19 chegará ao mercado a um custo inferior a 145 dólares pelo regime de duas doses (aproximadamente 773 reais). Um valor muito mais alto do que o das outras candidatas.
Os acordos mais avançados para compra de vacinas internacionais no Brasil são o da vacina de Oxford (em parceria com a Astrazeneca), e da Sinovac Biotech, inicialmente pelo governo de São Paulo. Em resposta a reportagem de VEJA, o Ministério da Saúde afirmou que “todas as vacinas do mundo em fase avançada de estudos clínicos estão sendo analisadas.”.
Nesta terça-feira, 17, o Brasil teve médias móveis atualizadas em 30.244,9 diagnósticos e 552,9 mortes por conta do novo coronavírus.