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Covid-19: América Latina terá imunidade só após os EUA, diz especialista

CEO de consultoria britânica de análise de dados afirma que os países que já têm a garantia de alto número de doses de vacinas voltarão à normalidade antes

Por Mariana Rosário Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 dez 2020, 20h51 - Publicado em 20 dez 2020, 18h12
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  • A América Latina levará mais tempo do que os Estados Unidos, Canadá e a União Europeia para garantir imunidade coletiva para Covid-19. É isso o que diz o CEO da consultoria britânica de análise de dados científicos Airfinity, Rasmus Bech Hansen.  “Isso ocorrerá porque a região tem menos vacinas por habitante garantidas do que outras regiões, a exemplo dos Estados Unidos e o Canadá. Então levará mais tempo para que os países latinos estejam liberados dos efeitos da pandemia”, disse.

    De acordo com um estudo da Airfinity do qual a reportagem de VEJA teve acesso, a estimativa é que os países latinos cheguem à imunidade de grupo — isto é, quando a doença é barrada quando um grande volume de pessoas já está vacinada e impede a disseminação do vírus — somente em março de 2022. Para os Estados Unidos, esse cálculo considera que o desejado patamar seja atingido em abril de 2021 e no Reino Unido em julho do mesmo ano. O Canadá fica para junho.

    De acordo com o cálculo da empresa, o Brasil tem 1,3 doses por habitantes garantidas (se adicionadas as doses da Pfizer, ainda sem assinatura de contrato) esse número ainda chegaria a 1,6 o que ainda seria abaixo do necessário ao país — sobretudo porque as principais vacinas em fase 3 de desenvolvimento demandam de duas doses para apresentar imunização efetiva. “O número de vacinas garantidas no Brasil não é suficiente. Além disso, é preciso considerar que nem todas as vacinas em teste vão funcionar, algumas vacinas podem levar mais tempo de desenvolvimento, outras podem nunca podem sair do papel… então, quanto mais candidatas o país tiver garantidas, mais rapidamente ele poderá voltar a alguma normalidade”, diz o especialista. “Não há um número mágico que determine o quanto será suficiente, mas 1,3 é definitivamente muito baixo”.

    Para ele, os avanços do governo nas negociações de compra da vacina da Pfizer configuram um passo importante para o país. Outra medida que poderia ser tomada pelo governo brasileiro é investir em vacinas em fases anteriores de desenvolvimento, pois elas podem ser potenciais candidatas para o ano de 2021, quando a demanda de imunizantes ainda será alta. “O que um país pode fazer é ficar em contato com as indústrias para aumentar a capacidade global de produção. Muitos estão focando nessas principais candidatas, mas ainda há muitos outros desenvolvimentos que merecem investimento e, no futuro, ajudem na retomada da economia e, evidentemente, a salvar vidas”.

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    Neste domingo, 20, o Brasil teve médias móveis em 42.679,4 casos e 686,1 mortes.

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