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Coronavírus: afinal, pode ou não pode sair para correr ou pedalar na rua?

A resposta curta e simples: cumprindo uma série de cuidados básicos, é bom, sim, se exercitar. Mas se houver muita gente, volte para casa

Por Alexandre Senechal Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 abr 2020, 14h54 - Publicado em 9 abr 2020, 14h39

O isolamento social necessário em meio à pandemia de coronavírus afetou diretamente a rotina daqueles que tinham por hábito se exercitar em lugares públicos. Com o fechamento de academias e parques, as alternativas são cada vez mais escassas, o que obrigou os atletas a buscarem novas soluções.

Na França, por exemplo, um corredor inovou ao percorrer a distância equivalente a uma maratona no espaço de sete metros da varanda de seu apartamento, correndo de um extremo a outro sem parar. O tempo de seis horas e 48 minutos para completar os 42 quilômetros está longe de ser uma marca digna de nota, mas a intenção de Elisha Nochomovitz era outra. “Esse desafio maluco serviu para trazer um pouco de humor e deixar de dramatizar a situação de confinamento”, revelou após a “prova”.

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O país europeu está tomando medidas drásticas para impedir a circulação de pessoas. Em Paris, a população está proibida de fazer atividades físicas ao ar livre entre às 10 da manhã e às 7 da noite. A decisão da prefeitura visa reduzir a aglomeração nas ruas para manter o distanciamento social e evitar o contágio.

Nos Estados Unidos, várias cidades fecharam as quadras públicas de basquete e algumas até retiraram os aros para evitar as partidas. A Itália e a Espanha, os dois países com o maior número de contaminados e vítimas, também interditaram espaços esportivos. Na contramão, alguns países começam a fazer um relaxamento gradual das quarentenas, como acontece na Áustria, Bélgica, Dinamarca e Eslováquia.

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(Infografia/VEJA)

O Brasil ainda não adotou uma proibição às atividades ao ar livre e no primeiro final de semana de Abril várias pessoas foram fazer sua corridinha em cartões postais das grandes cidades, como a Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, e a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. O Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta apoiou as caminhadas ao ar livre desde que não haja aglomeração.

Mas é prudente não abusar. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da comunidade médica é de que as pessoas devem ficar em casa o máximo possível. “Se todos tiverem a mesma ideia, formam-se aglomerações. Neste momento, o ideal é se reinventar e evitar sair de casa, protegendo a si mesmo e à família”, afirma Leonardo Weissmann, infectologista do Hospital Emilio Ribas e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia.

Mesmo assim, a vontade de sair para correr ou andar de bicicleta pode transcender a necessidade de se manter em casa. Os médicos ouvidos por VEJA explicam que na terceira semana de quarentena, período que muitos estão passando neste momento, as pessoas enfrentam uma “fase de barganha”, em que começam a ficar mais questionadoras e arrumar desculpas para poder quebrar a rotina monótona do isolamento. Exercitar-se ao ar livre se torna um motivo plausível.

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De acordo com Paulo Zogaib, especialista em medicina esportiva e fisiologia do exercício da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), existem as vantagens de trazer benefícios ao corpo – como a incidência do sol no corpo, ter uma troca respiratória mais agradável e mais espaço para realizar exercícios mais amplos e contínuos – e à mente – a diminuição do stress e da sensação de aprisionamento. “`Podemos comparar o vírus com a poluição. A atividade ao ar livre é ótima, mas se o local estiver muito poluído é muito prejudicial. Depende do local em que você está”, pondera Zogaib.

Há formas de fazer atividades físicas nas ruas diminuindo os riscos de se infectar com o coronavírus (tire as dúvidas no gráfico). O primeiro cuidado a ser tomado é a utilização de máscara sempre que sair de casa, seguindo a recomendação da OMS e do Ministério da Saúde. O esportista deve ficar pelo menos um metro de distância de qualquer outra pessoa e evitar fazer atividades em grupo.

Todas as ações são recomendações para trazer mais segurança aos exercícios ao ar livre, mas não são garantia absoluta de que não haverá contaminação. A infectologista do Hospital Sírio Libanês Mirian Del Ben explica que a atual medida de isolamento social é uma forma para dar fôlego para o país se preparar para o pico do número de casos, uma fase pela qual o Brasil ainda não passou. “Temos vários diagnósticos suspeitos que não foram confirmados porque só agora estão chegando os testes importados. Hospitais de campanha ainda estão sendo montados e há a promessa de muitos ventiladores que ainda não chegaram. Não estamos na fase de relaxar”.

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